Cairo – Após três dias de intensas discussões com os representantes do Ministério da Solidariedade Social do Egito, a delegação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil encerrou seu trabalho no Cairo. As conversas foram consideradas bastante promissoras no sentido de promover a cooperação na área social entre os dois países. Para os brasileiros, a visita os aproximou da realidade egípcia e fez com que fosse dado um passo qualitativo nos trabalhos de cooperação.
“Através de nossas discussões, vamos identificando, aos poucos, elementos de semelhança entre nossas realidades. Isso é fundamental para que se sejam criadas as bases necessárias para um trabalho conjunto”, disse o coordenador geral de benefícios do Bolsa Família, Anderson Brandão. “As discussões não cessaram ao longo de três dias e notamos que os representantes do ministério egípcio tentaram aproveitar cada minuto para tentar compreender cada mínimo detalhe técnico da aplicação dos programas sociais brasileiros”, acrescentou.
Segundo os membros do grupo brasileiro, o ministro egípcio da Solidariedade Social, Ali El-Sayed Al-Moselhy, considera necessário dar continuidade a esses trabalhos, através de um novo intercâmbio de técnicos entre os Brasil e o Egito. “Ele nos propôs um plano de intercâmbio de especialistas que possam passar um período mais prolongado, de três ou quatro semanas, em cada país”, explicou Carla Chelotti, diplomata responsável pela pasta social na embaixada do Brasil no Cairo.
Segundo ela, a proposta do ministro compreende uma primeira visita de um especialista brasileiro ao Egito para a elaboração de um estudo sobre a realidade local. “Em seguida um técnico da área social do ministério egípcio iria ao Brasil para compreender melhor e ver na prática a implementação dos programas sociais brasileiros”, disse.
Ela acrescentou que depois seria desenvolvido um plano de cooperação. “A idéia é desenhar o formato da cooperação, que tem como o objetivo a realização de um projeto conjunto”, afirmou. De acordo com Carla, existe vontade política das duas partes em promover a cooperação social. “O quadro fornecido pela ASPA (Cúpula América do Sul-Países Árabes) estimula a concretização da cooperação e o intercâmbio de experiências na área social, e este tipo de atividade é a melhor maneira de ver na prática as recomendações dos documentos elaborados e adotados pelos países das duas regiões”, concluiu.
