Geovana Pagel
São Paulo – A 37ª Feira Internacional do Cairo – a Cairo International Fair -, que termina hoje (26), deve render cerca de 450 novos contatos comerciais para os empresários brasileiros. Em dez dias de evento, o estande da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) foi visitado por importadores da Arábia Saudita, Palestina, Líbia, Rússia, Índia, do Sudão e Marrocos.
O presidente da Câmara, Paulo Sérgio Atallah, que chegou ao Cairo na última quarta-feira (24), para cumprir uma agenda paralela à feira, disse ter ficado impressionado com a movimentação no estande da entidade. "Recebemos muitos contatos. A resposta dos empresários foi excelente", disse.
O retorno foi considerado tão positivo que, em 2005, o estande da Câmara terá, no mínimo, o dobro do tamanho: passará dos atuais 35m2 para entre 75m2 e 100 m2, disse o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby. "Isso vai permitir a presença de um número maior de empresas brasileiras", explicou. "A participação em feiras como essa contam muito, principalmente para o fortalecimento da imagem do Brasil", acrescentou.
Uma das cinco empresas brasileiras que participaram da feira no estande da CCAB foi a Tigre, de Joinville (Santa Catarina). De acordo com o operador internacional da empresa para a África, Daniel Kley, a feira rendeu cerca de 100 contatos de negócios em diversos setores e um representante local para os produtos da empresa – o nome desse representante, porém, não foi divulgado.
"Estabelecemos contato com importantes empresas construtoras egípcias que são fundamentais para a estruturação do negócio no local", conta Kley. "Acreditamos que no ano que vem a gente possa vir já com o parceiro local, quem sabe até com um estande exclusivo na feira".
A Tigre, que detém 60% do mercado nacional de tubos e conexões de PVC. Também trabalha com outros produtos como portas, janelas, cabos elétricos e pincéis para pintura predial, principalmente no mercado externo. Desde a década de 70, a empresa possui fábricas em países da América Latina: hoje opera na Argentina, Bolívia, no Chile e no Paraguai.
Perfil do evento
A Feira do Cairo é considerada o maior evento de negócios do Egito e também uma importante fonte de divulgação do Brasil no país, hoje a segunda maior economia do mundo árabe e o principal mercado para produtos brasileiros na região.
O evento é voltado para a comercialização de produtos e serviços como materiais de construção, relógios, computadores, cosméticos, produtos eletroeletrônicos, calçados, móveis, presentes, jóias, itens de decoração, produtos de couro, farmacêuticos, plásticos, de borracha e esportivos, máquinas agrícolas, equipamentos e autopeças.
Em 2003, a feira contou com a participação de 60 países, entre eles, Brasil, Alemanha, Holanda, Itália, Coréia do Sul, Espanha e Estados Unidos, totalizando 4 mil empresas egípcias e 2 mil estrangeiras, com um público que superou a marca de 1 milhão de visitantes. Neste ano, estão presentes cerca de 80 países, numa área de 412 mil metros quadrados.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) organiza um estande nacional na Feira Internacional do Cairo desde 1997. Neste ano, o espaço reúne cinco empresas brasileiras: além da Tigre, a Criogen, fabricante de tanques e recipientes de gases comprimidos e liquefeitos, a Ataforma, de moldes e extratores para sorvete e alinhadores de palitos; a Sansuy, de plásticos; e a Calçados Klin.
A procura maior no estande brasileiro foi pelos seguintes produtos: equipamentos médico-hospitalares, odontológicos e cirúrgicos, lustres e arandelas, minerais, material de fiberglass (fibra de vidro), máquinas e equipamentos para construção, granitos, cerâmica e azulejos, material elétrico, chapas de madeira (plywood), asbestos para fabricação de lonas de freios, maquinaria para embalagem, maquinaria para enchimento e selagem de latas para corned beef, autopeças para veículos de passageiros (Ford, GM e Volks), flores artificiais, máquinas para encher e embalar remédios, ração para animais, eletrodos, parafusos de aço, entre outros.
A próxima edição da Feira Internacional do Cairo vai acontecer de 15 a 25 de março de 2005. O governo egípcio colocou em prática uma política de abertura econômica que privilegia o comércio exterior. Recentemente criou vários incentivos que visam ao desenvolvimento da indústria nacional, o que representa uma grande oportunidade para as exportações brasileiras. Atualmente, o país é o terceiro maior importador do Brasil no mundo árabe.
Contato
www.cairofair.com

