São Paulo – O Oriente Médio é o primeiro mercado que o presidente da Associação de Aquicultores do Vale do Ribeira (Aquivale), Antonio de Pádua Nunes, cita quando a conversa envolve vendas externas. Dispostos a ganhar espaço no Brasil e no exterior com produtos processados à base de peixe, os produtores do interior paulista já sabem que o mundo árabe é um parceiro comercial importante. E que será levado em conta assim que a produção crescer, principalmente a partir da inauguração de um frigorífico central para os associados da entidade, em Jacupiranga, a 217 quilômetros de São Paulo. A obra deve ficar pronta em 2011.
Os aquicultores do Vale do Ribeira produzem alimentos como quibes, croquetes, coxinhas, hambúrgueres, almôndegas e escondidinhos. Tudo à base de peixes como tilápia, tambaqui, pacu e carpa. “A tendência é agregar valor aos produtos para aumentar a renda dos produtores”, explica Nunes, acrescentando a costela de tambaqui como outro destaque no cardápio de congelados da associação.
Hoje, os 52 associados da Aquivale respondem por uma produção de 600 toneladas de pescados por ano. De acordo com Nunes, a estimativa é de que o Vale do Ribeira reúna algo em torno de 500 aquicultores em 15 municípios. As cidades onde mais se produz são Jacupiranga, Registro, Juquiá, Sete Barras e Cajati.
Para 2011, a aposta é ampliar a produção desses empreendedores com a inauguração de um frigorífico central em Jacupiranga. Segundo Nunes, o espaço já existia, mas sem utilização. Agora, a reforma do local será feita com recursos do Governo Federal. “Enviamos ao Ministério da Pesca um projeto pedindo maquinário e a iniciativa foi aprovada”, explica Nunes.
Após a abertura do frigorífico, a área será cedida em comodato à Aquivale por 20 anos, numa estrutura similar a de uma cooperativa. “Nossos associados serão como sócios do centro de produção”, diz ele. Nesse processo, foi firmada uma parceria com o escritório do Sebrae no Vale do Ribeira no sentido de dar apoio aos produtores na administração do negócio. “Recebemos capacitação técnica e teremos todo o acompanhamento da produção”, afirma Nunes.
Dessa forma, se tudo correr dentro do previsto, os aquicultores terão todas as condições de apostar no mercado externo. “Queremos começar pelo Oriente Médio e Japão. Nesse último, inclusive, já temos contatos”, diz Nunes. “Já nos países árabes sabemos que o mercado é grande e que há carência de peixes [de água doce]”, afirma. “Estamos atentos a todas as possibilidades.”