São Paulo – Atletas do Líbano, Venezuela, Tanzânia, Guiné-Bissau, Mali, Camarões, Coreia do Sul, República Democrática do Congo, Togo, Colômbia, Haiti, Gâmbia, Angola, Nigéria, Níger e Benin competem na sexta edição da Copa dos Refugiados e Imigrantes, que tem sua abertura nesta sexta-feira (04) no Museu do Futebol, em São Paulo.
Os jogos começam neste sábado (05). As quartas de final serão no domingo (06), as semifinais no dia 13 e a grande final está marcada para o dia 20 de outubro. O Líbano, único time árabe da competição deste ano, joga contra o Mali no sábado (05), às 10h30. O primeiro jogo de sábado será entre Guiné-Bissau e Tanzânia, às 9 horas. Às 12 horas, jogam Venezuela e Camarões. Coreia do Sul e República Democrática do Congo se enfrentam às 13h30, seguidos por Togo e Colômbia, às 15 horas, Haiti e Gâmbia às 16h30, Angola e Nigéria às 18 horas, e Níger e Benin, às 19h30. Confira a página do Facebook do evento.
O tema desta edição é “Reserve um minuto para ouvir uma pessoa que deixou o seu país”. Nos últimos meses, a competição passou por Brasília, Curitiba e Recife. Este é o maior projeto de integração esportiva envolvendo refugiados e imigrantes no Brasil. A copa reúne mais de 200 jogadores amadores, sendo cerca de 20 de cada seleção representando seus respectivos países de origem.
O evento é criado e organizado pela Ong África do Coração, e conta com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“Ter um projeto como este é de suma importância em São Paulo, a maior metrópole brasileira, com o maior número de refugiados e imigrantes e maior diversidade. Sabemos que através do futebol conseguimos passar muitas mensagens porque ali se misturam todas as raças, cores e posições sociais, na arquibancada, e dentro do campo também. Organizamos o torneiro para mostrar que os refugiados têm algo a oferecer em diversas áreas”, disse o coordenador do projeto da Copa dos Refugiados para a Ong África do Coração, Braima Mané.
Além do futebol, a copa contará com uma feira cultural e gastronômica no domingo (06), das 10h às 19h, também na Vila Clementino. A entrada é gratuita e a feira reunirá expositores de vários países, entre eles Síria e Marrocos, em um evento que terá música, dança, roda de conversa, exposição de produtos, comidas típicas, trancistas, entre outros. “Abrimos este espaço para os refugiados mostrarem o que têm de bom, seu talento, para tirá-los da invisibilidade. A Ong África do Coração tem essa luta de integrar e orientar e ajudar no que for possível”, disse Mané.
Líbano
Hassan El Zein é o capitão do time do Líbano (foto acima), que este ano contará com 17 jogadores. A equipe participou no ano passado, mas perdeu o segundo jogo e foi eliminada. “Treinamos toda terça-feira no [bairro do] Pari”, disse El Zein, que vive em São Paulo há seis anos e fala muito bem o português. “Ainda tenho um pouco de sotaque, mas trabalho numa loja de eletrônicos na rua 25 de Março, só com brasileiros, então aprendi rápido”, contou o libanês natural da cidade de Tiro, no sul do país árabe.
O time é composto por imigrantes libaneses que chegaram no Brasil há um, seis, sete, até dez anos, segundo El Zein. Quatro deles falam bem pouco português. “Vim para o Brasil porque nosso país não tem trabalho, não dá pra sobreviver lá, não tem oportunidades”, avaliou. “O Brasil é um país acolhedor, o brasileiro é gente boa, já me considero brasileiro”, declarou o libanês.
El Zein acredita no bom desempenho dos libaneses na copa. “Nosso time está bom, estamos treinando há seis meses com esta formação, estou torcendo para a gente chegar e ganhar, claro”, concluiu El Zein.
Serviço:
Copa dos Refugiados
Jogos
05, 06, 13 e 20 de outubro
Rua Pedro de Toledo, 1.651
Vila Clementino
São Paulo
Gratuito
Feira Cultural
06 de outubro
Das 10h às 19h
Alameda Iraé, 35
Vila Clementino
Gratuito