Da redação*
São Paulo – Um relatório do Gulf Research Centre (GRC), um centro de pesquisas independente estabelecido em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos em julho de 2000, informa que estrangeiros que trabalham nos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco econômico que inclui Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Omã e Kuwait, enviam para casa aproximadamente US$ 27 bilhões a cada ano. O valor corresponde a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países do bloco, segundo informa o jornal árabe Gulf News.
Segundo o GRC, desde 1975 os estrangeiros que trabalham no bloco já mandaram para os seus países de origem US$ 520 bilhões. As remessas são feitas via depósitos bancários ou transferências internacionais.
Trabalhadores estrangeiros são muito importantes para a região. Segundo o jornal, há aproximadamente 13 milhões no GCC, que respondem por aproximadamente 70% da força de trabalho. O ministro do Trabalho do Bahrein, Majeed Al Alawi, prevê até que este total deva crescer 5% ao ano, alcançando 18 milhões no ano de 2017.
Os Emirados continuam sendo o país, na região, que mais depende de mão-de-obra estrangeira. Conforme o relatório, 88% dos trabalhadores do país são estrangeiros. No Catar, estrangeiros correspondem a 83% da mão-de-obra, no Kuwait 81%, na Arábia Saudita 73%, no Bahrein 55% e em Omã 54%.
O relatório explica também que a maior parte dos estrangeiros que trabalham no GCC vem da Índia, Paquistão, Egito, Iêmen e Bangladesh. O maior volume de transferências de dinheiro sai da Arábia Saudita. O país é responsável por 63% dos fundos que saem do GCC. Em segundo lugar vêm os Emirados Árabes Unidos, com 15%.
O analista político da GRC, N. Janardhan, declarou que os países do GCC estão tentando reduzir esta saída de recursos. Segundo o pesquisador, entre as mudanças está o fato de Dubai permitir que estrangeiros tenham propriedades no país e comercializem ações na bolsa.
"Estas mudanças farão com que os países mudem as relações dos países do GCC e dos estrangeiros que trabalham lá, fazendo com que os fundos provenientes do trabalho não beneficiem apenas o país que exporta mão-de-obra, mas sejam benéficos para ambos os países," declarou Janardhan.
O GRC declara também que alguns países do GCC estão formulando políticas de nacionalização de mão-de-obra, o que não agrada trabalhadores estrangeiros. Segundo o relatório, Omã perdeu 134 mil trabalhadores estrangeiros entre 2003 e 2005, devido a esforços em prol da contratação de nativos. Entretanto, nos Emirados não houve crescimento significativo no volume de trabalhadores nativos entre 1995 e 2004.
*Tradução de Mark Ament