São Paulo – As mulheres dos países do Oriente Médio e Norte da África têm desfrutado nos últimos 40 anos de melhorias na qualidade de vida e no acesso à saúde e educação. No entanto, elas ainda têm baixa participação no mercado de trabalho, de acordo com o estudo Abrindo portas: igualdade de gênero no Oriente Médio e no Norte da África, que foi lançado na última sexta-feira (15) pelo Banco Mundial.
Segundo o levantamento, as mulheres que foram entrevistadas afirmaram repetidas vezes que desejam trabalhar, mas reclamaram da falta de oportunidades devido às restrições culturais em países da região.
A vice-presidente do Banco Mundial para o Oriente Médio e Norte da África, Inger Andersen, afirmou que o estudo deverá ajudar a instituição a desenvolver estratégias que apoiem a inclusão da mulher no mercado de trabalho. “Queremos garantir que em nossas discussões com os países, os programas e políticas apoiados pelo Banco Mundial incluam a perspectiva de gênero”, afirma Andersen no estudo.
O levantamento mostra que a taxa de alfabetização das mulheres entre 1985 e 2010 foi mais rápida no Oriente Médio e Norte da África do que no Sudeste Asiático, na Europa e Ásia Central, na América Latina, Caribe e na África Sub-Saariana. Apenas na região denominada Ásia e Pacífico a taxa de alfabetização foi maior do que nos países árabes, em média. Ainda segundo o estudo, em oito países árabes mais mulheres do que homens ingressam na universidade.
Na maioria dos países ocidentais, diz o estudo, a proporção de mulheres e homens no mercado de trabalho é praticamente igual. Nos países árabes, elas correspondem a 25% da força de trabalho. No entanto, em algumas nações a diferença é ainda maior. No Iêmen, menos de 10% dos trabalhadores são mulheres e, na Arábia Saudita, menos de 15%. Já no Kuwait, elas são aproximadamente 40% da força de trabalho.
O estudo afirma que a criação de instrumentos para incluir as mulheres no mercado de trabalho deve ser acompanhada de políticas que permitam a participação política e cívica das mulheres na sociedade. Também prevê que a igualdade de gênero seja garantida por lei.
A diretora para redução da pobreza e gerenciamento financeiro do Banco Mundial, Manuela Ferro, afirmou que os países árabes investem largamente na educação das mulheres, mas não aproveitam o seu potencial para gerar crescimento. “Uma maior participação da mulher no mercado de trabalho é uma economia inteligente”, afirmou.
Leia a íntegra do estudo em inglês no link: http://bit.ly/143131d

