Al Ain – Os Emirados Árabes Unidos são conhecidos por suas duas grandes metrópoles, Dubai e Abu Dhabi, com prédios futuristas, hotéis de luxo, shopping centers e parques temáticos, mas o país oferece mais. Al Ain, no emirado de Abu Dhabi, é um destino indicado para quem busca maior contato com as tradições e a natureza do país. A cidade, cujo nome significa “A Fonte” em árabe, cresceu ao redor de um oásis no deserto. É o local de nascimento do xeque Zayed Bin Sultan Al Nahyan, fundador e primeiro presidente dos Emirados, que morreu em 2004.
Al Ain é considerada o centro das tradições locais, com fortes, prédios históricos e museus. O local é habitado desde a Idade da Pedra, conforme revelam sítios arqueológicos escavados na região. Bastante arborizada para um lugar no meio do deserto, com jardins e parques, Al Ain é chamada também de “Cidade Jardim”, resultado da paixão do xeque Zayed pelo verde, posteriormente transferida também para a capital Abu Dhabi.
Localizada a cerca de 120 quilômetros de Dubai e a 160 quilômetros de Abu Dhabi, colada na fronteira com Omã, é fácil chegar à cidade de carro ou de ônibus a partir das duas metrópoles. A estrada que sai de Dubai é moderna, ampla e quase totalmente reta. A dica é alugar um carro, pois as atrações ficam distantes umas das outras. O aluguel de um Toyota Corolla por um dia sai 250 dirhans (R$ 133,88), o que inclui seguro, tarifas de pedágios e quilometragem livre. Encher o tanque custou 67,03 dirhans (R$ 36,25). País que produz muito petróleo é assim!
Um dos pontos altos de Al Ain (literalmente!) é o Jebel Hafit (Monte Hafit), nos arredores. Com 1,24 mil metros, é a montanha mais alta do emirado de Abu Dhabi e a segunda maior do país. A estrada que leva ao topo, incrivelmente sinuosa, porém, segura e em estado impecável, é uma atração à parte. No caminho há vários mirantes que oferecem ótimas vistas da cidade, das formações rochosas e, principalmente, do Rub’ Al Khali, ou “Quarteirão Vazio”, vasta extensão de areia que cobre esta parte da Península Arábica. No pico, além da vista, há uma lanchonete, um mercadinho, banheiros químicos e até um hotel Mercure.
De volta à planície, no centro da cidade, uma das atrações é o Oásis de Al Ain, ponto de parada de caravanas no passado e hoje local de plantação de tamareiras. O labirinto de ruelas que corta o oásis pode ser percorrido de carro ou a pé. Vale lembrar que qualquer passeio ao ar livre nos Emirados, da metade da manhã até o final da tarde, pode se tornar uma experiência escaldante. Levar boné, filtro solar e água é essencial. No oásis há apenas os lotes com tamareiras, os muros que os separam das vielas, mesquitas, fontes de água canalizadas e pouca gente. Vale uma caminhada, mas não se embrenhe muito, pois a paisagem pouco muda.
Colado ao oásis há o Al Ain Palace Museum, antiga casa do xeque Zayed. Construído em 1910, o complexo está muito bem preservado. É possível passear pelos jardins bem cuidados, entrar nas dependências privadas – incluindo o quarto onde o governante dormia com sua mulher -, instalações para hóspedes e o “májlis” (sala de reuniões), onde o líder recebia visitas e concedia audiências públicas. Fotografias antigas, recortes de jornais, retratos de membros da família, objetos de decoração e de uso cotidiano completam a exposição. Destaque para o Land Rover que o emir costumava usar em viagens pelo deserto.
Outra construção histórica que vale à pena ver é o Forte Al Jahili, construído em 1891 e onde o xeque Zayed nasceu. Além de ser uma bela construção, rodeada por um parque onde as famílias fazem piquenique e os jovens jogam futebol ou críquete – nos Emirados há enormes comunidades indianas e paquistanesas, amantes deste esporte britânico -, uma de suas torres, em forma de círculos sobrepostos, é o símbolo da cidade.
O local abriga uma exposição permanente sobre o explorador britânico Wilfred Thesiger, que cruzou o Rub’ Al Khali diversas vezes na década de 1940. No dia e horário em que a reportagem da ANBA esteve no local, porém, a mostra já estava fechada. O prédio e o parque, no entanto, valem a visita.
Navios do deserto
Um passeio imperdível é uma visita ao mercado de camelos da cidade. Embora o tempo das caravanas tenha passado e o automóvel tenha substituído os animais como meio de transporte, o camelo está intimamente ligado à vida dos habitantes do deserto. Hoje os “navios do deserto” fornecem leite, carne e são utilizados em corridas bastante populares. O termo “camelódromo” teria nos Emirados um sentido bem diferente do que tem no Brasil.
O mercado fica dentro de um entreposto agropecuário, uma espécie de Ceasa, onde são comercializados também outros animais, como caprinos e ovinos, rações, sementes e gêneros alimentícios. Os camelos, no entanto, são os que mais chamam a atenção do visitante. Grandes, barulhentos, meio que desajeitados, ficam alojados em pequenos currais e são levados para uma espécie de piquete quando aparece um potencial comprador.
Os preços variam muito, segundo um tratador, de 3 mil a 4 mil dirhans (R$ 1.606,50 a R$ 2.142,00) quando pequenos, podem chegar a 20 mil dirhans (R$ 10,71 mil) na idade adulta e alcançar quantias exorbitantes caso seja um animal de corrida. A reportagem não verificou a veracidade dos valores com fontes independentes, então fica a palavra do cameleiro. Como em toda transação comercial no mundo árabe, porém, barganhar o preço é indispensável ao negócio.
Os tratadores vão convidá-lo a entrar nos currais, tocar nos bichos e tirar fotografias, e esperam uma gorjeta por isso. Não pague a quantia exigida logo de cara, alta, ofereça um valor mais baixo e pague o que achar justo, sem ser, no entanto, muito pão duro. No caso da reportagem, o cameleiro pediu 100 dirhans (R$ 53,55), levou 30 dirhans (R$ 16,07). Se quiser tirar fotos de pessoas, peça licença antes. Nesse caso, o “modelo” pode querer também receber uma gorjeta.
Mas não é só de atrações culturais, naturais e pitorescas que vive Al Ain. É também uma cidade moderna, com quase meio milhão de habitantes, avenidas largas e tráfego intenso. Para quem quer fazer compras, mercados públicos e shopping centers não faltam. O Al Ain Mall, por exemplo, não fica nada a dever aos centros de compras de Dubai e Abu Dhabi, está repleto das mais conhecidas lojas locais e de várias internacionais, supermercado e praças de alimentação.
A cidade tem muito mais para se ver, como o Al Ain National Museum, que exibe objetos da cultura local, como joias feitas pelos beduínos e instrumentos musicais, armas, presentes recebidos pelo xeque Zayed ao longo de sua vida e artefatos arqueológicos encontrados nas redondezas; o Parque Arqueológico de Hili, que tem ruínas e tumbas da Idade do Bronze, datadas de 2.500 a 2.000 a.C.; o parque aquático Wadi Adventures, com corredeiras artificiais para a prática de rafting e piscina com ondas para surfe; e o Zoológico de Al Ain, famoso no país. A reportagem, porém, não visitou estes últimos lugares, porque não é possível fazer tudo em um dia.
Antes de ir embora, uma dica é comprar um suvenir na loja do time de futebol local, o Al Ain, localizada ao lado do estádio do clube. Uma camisa oficial custa 150 dirhans (R$ 79,82).
Serviço
Aluguel de carro em Dubai
City Way Car Rental
Tel.: +971 50 552-5582
Cel.: +971 4 336-6612
Fax: +971 4 336-6610
E-mail: citywaycars@yahoo.com
A diária por um sedã médio, como o Corolla ou Honda Civic, sai por 200 dirhans, mais 50 dirhans de tarifas de pedágio. A empresa dispõe de modelos menores e maiores.
Ônibus
A companhia Al-Ghazal opera ônibus de hora em hora de Dubai a Al Ain, a partir da 06h30, saindo da estação Al-Ghubaiba, ao lado do Carrefour, na região de Shindagha, em Bur Dubai, centro da cidade. A estão de metrô mais próxima tem o mesmo nome, Al-Ghubaiba, e fica na linha verde.
Se preferir ir de táxi, combine o preço antes com o motorista e detalhe claramente os serviços que serão prestados e sua duração.
Oásis de Al Ain
Tel.: +971 3 763 0155
Ser for visitar no final da tarde, pergunte ao guarda na portaria a que hora o portão será fechado.
Al Ain Palace Museum
Tel.: +971 3 751 7755
Abre de terça a quinta, sábados e domingos das 08h30 às 19h30, às sextas das 15 horas às 19h30. Fecha nas segundas.
Entrada gratuita.
Forte Al Jahili
Tel.: +971 3 784 3996
Abre de terça a quinta, sábados e domingos das 09 horas às 17 horas, às sextas das 15 horas às 17 horas. Fecha nas segundas.
Mercado de Camelos
Para encontrar o lugar, a referência é que ele fica atrás do Bawadi Mall.
Abre às 07 horas e fecha ao por do sol.
Al Ain Mall
Tel.: +971 3 766-0333
Site: www.alainmall.net
Mais informações
Visit Abu Dhabi
Site: http://visitabudhabi.ae


