Da redação*
São Paulo – O crescimento do tráfego aéreo no Oriente Médio deve ficar acima da média mundial nos próximos anos. A previsão foi feita por executivos da Boeing. De acordo com um relatório divulgado pela empresa, o fluxo aéreo na região deve aumentar 5,6% por ano, enquanto a taxa mundial será de 5,1%. Nos próximos 20 anos, o fluxo de viagens aéreas na região deve superar a média global em 9%, estima a pesquisa.
Para suprir a demanda por vôos, as companhias árabes terão de comprar 786 novas aeronaves nos próximos 20 anos, o que envolverá investimentos de US$ 81 bilhões. Isso significa que a frota deve quase triplicar de tamanho – hoje, as empresas locais operam 470 aviões. Para a Boeing, as novas aquisições devem se concentrar em aeronaves de médio porte, que são mais freqüentemente usadas em vôos regionais.
Globalmente, haverá uma demanda de 24,3 mil aviões até 2022 – dos quais 18,4 mil serão equipamentos novos e o restante, substituições. Com isso, o total de aeronaves operando chegará a 34 mil, prevê a Boeing, e os investimentos para ampliar a frota ficarão em US$ 1,9 trilhão.
Dubai Air Show
O relatório da Boeing é mais uma mostra do peso do Oriente Médio na indústria mundial de aviação. No último mês, só nos Emirados Árabes Unidos, foram abertas duas novas companhias aéreas: a Air Arabia e a Etihad Airlines – essa última, inclusive, opera com dois aviões da TAM.
Ontem, outra empresa do país, a Gulf Air, confirmou que pretende dobrar sua frota de aeronaves, que hoje é de 36 aviões. A afirmação foi feita pelo vice-presidente financeiro da firma, Ahmed Al Hammadi, na 8ª edição da Dubai Air Show 2003, feira internacional de aviação que começou domingo e vai até a próxima quinta-feira (11) nos Emirados.
A própria feira, que ocorre a cada dois anos, atingiu um tamanho recorde desta vez: há mais de 500 expositores, de 36 países, que ocupam um espaço 12% maior do que o de 2001. Para o xeque Ahmed bin Saeed Al-Maktoum, presidente da Emirates Airline, outra empresa aérea dos Emirados, o evento mostra a "vitalidade" do setor no Golfo.
"Os mais de 500 expositores aqui representados demonstram o atrativo que a feira exerce sobre grandes empresas e fornecedores mundiais. A Dubai Air Show já se tornou um daqueles eventos imperdíveis da indústria de aviação", declarou o executivo, em entrevista ao jornal local Gulf News.
Ontem, a Emirates fechou um negócio durante a feira. A empresa anunciou que irá comprar US$ 1,5 bilhão em motores para os novos 23 Airbus que acabou de encomendar. A Emirates é a companhia aérea mais lucrativa do Golfo e uma das mais rentáveis do mundo.
Outros empresários também estavam otimistas, não apenas em relação à feira, mas ao mercado de aviação no Golfo de maneira geral. "O mercado do Golfo é muito promissor para nós, por isso, pretendemos participar também da próxima Dubai Air Show", declarou ao Gulf News Harry Seeger, diretor executivo da Aircraft Maintenance and Engineering Corporation (Ameco), que tem sede em Pequim, na China.
"Dubai é um pólo importante que serve a África, a Europa e outros países próximos. Por isso é muito importante vir para cá. Conhecemos diferentes clientes que querem saber as vantagens de negociar com uma empresa chinesa", acrescentou o executivo.
Civis e militares
De olho nessas oportunidades de negócios, participa da feira todos os anos a Embraer. Desta vez, a empresa apresentado no evento seu novo avião militar, o ALX Super Tucano. Oficialmente, ele será lançado dia 18 e começará a ser usado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Serão exibidas no Dubai Air Show 85 aeronaves, número recorde para a feira. Desse total, 60% é formado por aviões civis e 40%, militares. Duas novidades do evento deste ano foram a criação de um pavilhão exclusivo para helicópteros e outro para dispositivos de segurança.
*com informações da Emirates News Agency