Dubai – Há mais de dez anos em Dubai e desde 2011 com um centro de distribuição na cidade, a fabricante brasileira de utensílios de cozinha, ferramentas e equipamentos Tramontina prevê ampliar os negócios na região. Mas não agora. A meta era fazer um grande investimento na operação local em 2016, mas projetos de construção que ainda não saíram do papel e um mercado menos aquecido adiaram os planos.
De acordo com o gerente executivo do escritório da empresa em Dubai, Paulo Feyh, o mercado local atravessa um período de muitos projetos anunciados, porém, uma quantidade menor de contratos em execução.
“Dubai se consolida como centro regional, tem obtido a maior parte da sua receita a partir do comércio e dos serviços, e tem muitos projetos anunciados. No entanto, muitos deles não entram em prática”, disse Feyh nesta terça-feira (24). A empresa é um das expositoras do estande do Brasil na feira de construção Big 5, em Dubai, organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Ele afirmou que a companhia postergou o investimento previsto para 2016 porque neste ano e no próximo os negócios deverão crescer menos do que o previsto. O projeto, diz, foi apenas adiado porque no médio prazo as perspectivas são de crescimento das vendas não apenas nos Emirados Árabes Unidos, mas em um país que volta ao cenário econômico do Oriente Médio: o Irã.
Com a expectativa do fim das sanções econômicas impostas pelas potências mundiais, o país poderá voltar a exportar petróleo a grandes compradores. Além disso, recursos dos iranianos em bancos estrangeiros começam a ser desbloqueados.
“O Irã vai ser bom, tem mercado. Temos visto muitos países realizarem missões comerciais para lá, apresentarem projetos. No entanto, por causa das sanções e do dinheiro bloqueado, ainda falta liquidez (dinheiro em circulação) naquele mercado. Isso irá melhorar aos poucos, provavelmente irá tomar todo o ano de 2016”, afirmou Feyh.
Algumas das estratégias adotadas pela empresa deram resultado nos últimos anos. As facas, por exemplo, fazem sucesso tanto para o uso doméstico como para os cozinheiros, que utilizam uma linha profissional, mais cara e bem-acabada. A Tramontina tem outros produtos no mercado árabe, entre os quase 18 mil itens de seu portfólio, como pias e cubas que, em Dubai, são vendidas em hipermercados e home centers. Esses, contudo, enfrentam concorrentes da Europa, Turquia e China.