São Paulo – O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores da Tunísia, Abdessalem Jerad, e o secretário-adjunto da associação, Mohamed Shimi, estão na capital paulista para trocar experiências sindicais com representantes da área de países em desenvolvimento. Eles participam do 9º Congresso Iniciativa do Sul frente à Globalização pelos Direitos dos Trabalhadores (Sigtur), que segue em São Paulo até quinta-feira (22), e tiveram uma experiência positiva no encontro, segundo relato à ANBA.
"Temos interesse em trocar experiência e conhecer mais as ações dos sindicalistas brasileiros. É muito importante discutir questões políticas para melhorar a situação dos trabalhadores tunisianos e brasileiros", afirmou Shimi. Essa é a primeira vez que os sindicalistas tunisianos participam do Sigtur, que tem como objetivo potencializar as articulações e ações conjuntas do sindicalismo para fortalecer a classe trabalhadora frente à crise econômica.
Além da Tunísia, participam do evento representantes de 26 países, como África do Sul, Argentina, Austrália, Bolívia, Coréia do Sul, Índia. O evento tem o apoio da Central Única dos Trabalhadores do Brasil (CUT). Na terça-feira (20), um dos palestrantes foi o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, que destacou a importância do papel do sindicalismo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Ainda ontem, participou do congresso o professor Emir Sader, secretário executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, que criticou o papel da imprensa, segundo ele, "um elemento central da reação na disputa pela hegemonia em nossas sociedades", afirmou o professor.
A Iniciativa do Sul frente à Globalização pelos Direitos dos Trabalhadores foi criada em 1991 por organizações sindicais de países da Bacia do Oceano Índico. Este ano, o congresso está sendo realizado no Brasil com o objetivo de interiorizar no continente latino-americano a proposta de solidariedade e relações sindicais Sul-Sul e também absorver experiências.
De acordo com o secretário-geral-adjunto Shimi, a Tunísia tem as portas abertas para receber sindicalistas de outros países. O país, diz ele, quer discutir e compartilhar as ações tunisianas para o combate à crise e à globalização neoliberal. "Queremos convidar também os brasileiros", disse Shimi.