Por Silvio Nascimento*
Após dois anos com uma série de restrições a viagens, com o Brasil entre os países líderes na vacinação da população contra a covid-19 e com o arrefecimento da pandemia, o foco da Embratur tem sido potencializar uma marca mundialmente conhecida e que desperta grande curiosidade: o Brasil.
Para tanto, a estratégia da Agência está pautada em consolidar mercados já abertos e, além disso, alcançar novos turistas e novas regiões que demonstram forte interesse nas belezas naturais e culturais brasileiras. É exatamente esta última linha de atuação que coloca os países árabes como primordiais para ações de promoção, afinal, os gastos dos turistas da Liga Árabe com viagens internacionais registraram, somente em 2019, mais de US$ 50,7 bilhões.
Para conquistar este público e, com isso, fomentar a entrada de divisas, gerar renda e também impulsionar a criação de novo empregos na cadeia que reúne mais de 50 setores da economia brasileira, participamos, em 2021, da Expo Dubai 2020, em que tivemos o estande do Brasil com grande destaque e entre os mais visitados da feira. Junto à Apex-Brasil, a Embratur percebeu presencialmente que turistas e investidores árabes querem conhecer o nosso país, dono de uma das dez maiores economias do mundo, com um Produto Interno Bruto nominal, no 1º trimestre deste ano, de US$ 1,83 trilhão, superando nações como Rússia, Coreia do Sul e Austrália, segundo ranking da Austin Rating.
Neste mesmo sentido, recentemente, a Embratur esteve nos Emirados Árabes para alinhar diversas ações conjuntas com órgãos locais para potencializar a marca Brasil na região, realizando reuniões com membros importantíssimos do trade árabe e, inclusive, planejando a instalação do escritório da Agência em Dubai, por exemplo. Além disso, no mês de junho convidamos um time de jornalistas e influenciadores digitais árabes para conhecerem parte das belezas do Brasil, com opções de destinos de luxo no Amazonas e no Rio de Janeiro, quando demonstramos que o país está apto a atender turistas do mais alto grau de exigência.
Em virtude da necessidade de ampliação da conectividade aérea com o mundo árabe, a Embratur trabalha muito para que o reaquecimento do setor de aviação seja rápido. Para tanto, tem estabelecido um contato permanente com empresas aéreas de diversos países para articular a criação de novas rotas ou a retomada de voos.
O que tem dado resultados concretos. A partir de uma missão organizada pelo governo brasileiro que percorreu 9 países do mundo árabe, em maio deste ano, a Embratur se envolveu nas negociações com as companhias Royal Air Maroc (RAM) e Egypt Air, que planejam ofertar voos a partir do Marrocos e do Egito ainda em 2022. O Brasil também estabeleceu neste ano uma aproximação com a Arábia Saudita, por meio da criação de uma rota aérea com voos entre Riad e Rio de Janeiro.
O panorama segue promissor, com aumento gradual da nossa malha aérea internacional, em escala mundial. Em junho deste ano, o país alcançou 76% da conectividade que havia em 2019, com 3.806 chegadas nos aeroportos. O aumento total é de 355,36% em relação ao mesmo mês de 2021 e os voos a partir do Catar e dos Emirados Árabes apresentaram alta de 40% – passando de 66 para 93 voos.
A Embratur tem feito um esforço diário e consistente para que a retomada do turismo internacional se dê de forma rápida e robusta. Alcançamos, neste ano, um orçamento 74% superior ao de 2020 e temos intensificado todas as nossas ações de promoção no exterior. Em números, podemos citar que em apenas cinco meses (entre janeiro e maio de 2022), rompemos a barreira de 1 milhão de estrangeiros que entraram no país com visto de turista, o que não ocorria desde 2020, após o início da pandemia global.
O turismo é uma poderosa ferramenta de desenvolvimento socioeconômico e a Embratur não mede esforços para alavancar o setor no Brasil. Esperamos superar a marca de 4 milhões de visitantes internacionais previstos para este ano de acordo com ferramentas de inteligência e, sem dúvida, percebemos que há espaço e ambiente para tornarmos a relação entre o Brasil e os países árabes ainda mais próxima e produtiva.
*Silvio Nascimento é presidente da Embratur, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo.
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