São Paulo – O Egito continuou em fevereiro a registrar perdas no setor de turismo. De acordo com os dados do período divulgados nesta segunda-feira (04) pela Agência Central de Mobilização Pública e Estatísticas (Capmas), o Egito recebeu 346,5 mil turistas em fevereiro, uma queda de 46% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo informações do jornal estatal Al Ahram, a explosão de um jato russo no ano passado continua a afetar o fluxo de estrangeiros ao país árabe.
Em 31 de outubro de 2015, um avião Airbus da companhia aérea russa Metrojet explodiu pouco depois de decolar na Península do Sinai, em um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico. As 224 pessoas que estavam a bordo morreram e diversas empresas europeias deixaram de voar para o Sinai desde então.
Segundo os dados da Capmas citados pelo jornal, visitantes da Europa Ocidental corresponderam a 35,6% dos turistas ao Egito em fevereiro. Os viajantes procedentes do Oriente Médio foram 26,7% do total e aqueles do Leste Europeu corresponderam a 14,1% de todos os estrangeiros no país. Alemanha, Arábia Saudita e Ucrânia foram os países que mais enviaram visitantes ao Egito em cada uma dessas regiões.
Ainda segundo os dados da Capmas, em fevereiro os estrangeiros passaram 1,8 milhão de noites no país. No mesmo período do ano passado, ficaram lá por 5,6 milhões de noites. O país estima que o setor turístico deixou de arrecadar entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,3 bilhão nos últimos quatro meses.
O novo ministro do Turismo do Egito, Yehia Rashed, afirmou no domingo que irá se reunir na próxima semana com representantes de 12 empresas aéreas de baixo custo. O objetivo do encontro é atrair para o Egito turistas de diferentes mercados, especialmente aqueles que não são atendidos pela empresa aérea local, EgyptAir. Ele também observou que os elevados gastos de turistas dos países do Golfo poderiam “rapidamente” elevar a receita do setor.
Na última semana, a Autoridade de Turismo Egito participou, em São Paulo, da feira World Travel Market (WTM) Latin America, direcionada às empresas do setor. A diretora da Autoridade de Turismo do Egito para Estados Unidos, Canadá e América Latina, Gawaher Ali Youssef, afirmou à ANBA na ocasião que deseja atrair mais do que os 12 mil brasileiros que foram ao país no ano passado. Ela reconheceu que o Egito está se esforçando para ampliar a segurança dos turistas para que o setor volte a crescer.
Em 2010, o Egito atingiu recorde de faturamento com o turismo: mais de US$ 12 bilhões, mas em 2011 o país entrou em crise política, que resultou na renúncia do presidente Hosni Mubarak e na deposição do seu sucessor, Mohamed Morsi. No ano passado, com o país já sob o comando de Abdel Fattah el-Sisi a receita do turismo foi de US$ 6,1 bilhões, com queda de 15% em relação a 2014. O total de estrangeiros, 6,3 milhões, foi 6% menor do que no ano anterior.


