São Paulo – O número de pessoas que visitaram os países do Norte da África cresceu 6,2% em 2013, segundo dados preliminares do Barômetro Mundial do Turismo, publicação lançada esta semana pela Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO, na sigla em inglês). A região recebeu um total de 19,607 milhões de visitantes no último ano.
O relatório não traz o detalhamento de todos os países. Na região, só foram detalhados as informações da Tunísia, que recebeu 6,269 milhões de visitantes em 2013.
O número revela uma melhora contínua na quantidade de turistas recebida pelo país. Em 2012, foram 5,95 milhões, 24,4% a mais que em 2011. Segundo a UNWTO, isso mostra uma recuperação em relação aos efeitos da Primavera Árabe.
“Em 2011, a Tunísia ainda não tinha se recuperado. O país ainda tem que se recuperar mais para chegar aos níveis de 2010, mas eles estão ganhando confiança no mercado”, avaliou John Kester, diretor interino de Tendências Turísticas e Programas de Estratégias de Marketing da UNWTO, em entrevista à ANBA. Em 2010, a Tunísia recebeu 6,902 milhões de turistas.
Kester destaca o Marrocos como principal pilar do aumento de visitantes do Norte da África. “O Marrocos é um dos países que não foram afetados pela Primavera Árabe e que tem sustentado o crescimento turístico [da região]”, explica. Segundo o diretor, quando os dados do país estiveram fechados, o número de visitantes que passaram pelo Marrocos em 2013 deve chegar a quase 10 milhões.
O Egito, que também fica no Norte da África, entra no relatório da UNWTO junto aos países do Oriente Médio. A nação árabe registrou uma queda de 18,1% no número de visitantes em 2013, tendo recebido 9,174 milhões de pessoas ano passado, enquanto em 2012 este número foi de 11,196 milhões.
O diretor da UNWTO afirma que nos dois primeiros trimestres do ano, o Egito apresentou aumento na quantidade de visitantes, de 15% e 12%, respectivamente. Já no terceiro trimestre houve queda de 46% e, no quarto, de 41%. Isso coincide com a deposição do então presidente Mohamed Morsi, em julho do ano passado, e com a consequente piora da instabilidade política e social do país.
Para Kester, uma melhora do turismo no Egito “depende de como os egípcios vão lidar com a situação política”. “Se houver estabilidade, vai aumentar a confiança [dos turistas]”, destaca.
No total, o Oriente Médio registrou 51,929 milhões de turistas no ano passado, um aumento de apenas 0,3% na comparação com 2012. Apesar do baixo crescimento, houve uma melhora no setor, já que na comparação entre 2012 e 2011, os países da região tiveram queda de 5,2% na quantidade de visitantes.
“O Oriente Médio é uma região mista e são poucos destinos que vão muito bem, como Dubai e os Emirados Árabes em geral, que têm uma boa estrutura”, diz Kester. Segundo ele, países como Egito e Líbano acabam sofrendo direta ou indiretamente os efeitos causados pela guerra na Síria, enquanto a Arábia Saudita tem seu turismo internacional influenciado pela quantidade de vistos para o Hajj e a Umrah, peregrinações de muçulmanos a Meca.


