São Paulo – O setor brasileiro de turismo prevê faturar 7,5% a mais em 2013 em comparação com 2012, de acordo com dados da 9ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, divulgada nesta quinta-feira (06) pelo Ministério do Turismo, em Brasília. A pesquisa foi feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com os 80 maiores operadores do ramo do País, em nove segmentos da atividade. No total, essas empresas representam 22% da indústria e faturaram, juntas, R$ 57,6 bilhões em 2012, acréscimo de 13,1% sobre 2011.
O crescimento previsto para este ano deverá ser impulsionado, na avaliação das empresas entrevistadas, pela retomada do crescimento da economia brasileira, aumento de demanda de viagens da “nova classe média” e exposição do Brasil devido aos eventos que o País irá realizar: Copa das Confederações, neste mês, Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
O diretor do Departamento de Estudos e Pesquisa do Ministério do Turismo, José Francisco Salles Lopes, afirmou que o crescimento do setor em 2013 pode ser ainda maior do que o estimado pelas empresas. “Elas costumam ser contidas nas suas previsões. No ano passado também afirmaram à pesquisa que iriam faturar menos do que faturaram. Esse levantamento reflete o aumento das viagens de brasileiros no Brasil, o que está crescendo nos últimos anos porque muitos brasileiros incorporaram as viagens à sua estrutura de consumo”, afirmou.
Segundo Lopes, no ano passado, 60 milhões de passageiros brasileiros viajaram pelo País. Essa população realizou 197 milhões de viagens, um aumento de aproximadamente 4% em comparação com 2011.
As 80 empresas que participaram da pesquisa incluem 11 agências de viagens, cinco locadoras de veículos, 18 meios de hospedagem, 12 operadores de turismo, sete organizadoras de eventos, oito promotores de feiras, quatro de transporte aéreo, seis de transporte rodoviário e nove de turismo receptivo. Os resultados consolidados delas indicam que, além do faturamento, cresceram os custos das empresas (alta de 12%), os preços (9,6%) e o quadro de pessoal (4,1%).
Organizadoras de eventos foram as companhias que tiveram o maior aumento de faturamento: 23%, seguidas pelas agências de viagens (21,9%) e promotoras de feiras (14,9%). O único segmento que faturou menos em 2012 foi o de turismo receptivo, com queda de 3,7%. Já as agências de viagens foram aquelas que mais aumentaram os preços, em 24,8%, seguidas pelos meios de hospedagem (13%) e turismo receptivo (11,5%).
As que tiveram maior aumento de custos foram as empresas de transporte aéreo, com alta de 17,8%, organizadores de eventos (16,4%) e locadoras de automóveis (13,2%). Os organizadores de eventos encerraram 2012 com aumento de 16,2% no quadro de funcionários e as agências de viagens, com alta de 10,5%. Transporte aéreo terminou 2012 com 0,1% menos empregados e o turismo receptivo, com queda de 1,4%. “As empresas aéreas estão se ajustando. Neste caso e no do turismo receptivo, a queda no emprego ficou dentro da margem de estabilidade”, afirmou Lopes.
As previsões das empresas indicam que em 2013 os preços irão subir 3,8%, os custos 4,7% e o quadro de pessoal 3%. Elas esperam investir 13,3% do seu faturamento de 2013, mas as locadoras de automóveis e as operadoras de turismo preveem investir mais do que a média: 34,2% e 20%, respectivamente.


