São Paulo – Os conflitos na Síria levaram o fluxo de turistas ao Líbano cair 27% em julho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, afirmou o ministro do Turismo libanês, Fadi Abboud. Helicópteros sírios já invadiram o território do Líbano em busca de opositores ao governo do presidente Bashar Al Assad. Além disso, o Líbano é o destino de muitos refugiados sírios.
De acordo com Abboud, nos primeiros seis meses deste ano, o país recebeu 6,5% menos turistas do que entre janeiro e junho de 2012, mas a situação piorou no mês passado. “Em julho, a queda foi ainda maior, de 27%. Realmente, a situação é difícil. Mas não é catastrófica”, afirmou o ministro, de acordo com a agência de notícias Reuters.
A queda foi ainda mais acentuada em relação aos anos anteriores porque em 2012 o país já não obteve a quantidade de visitantes de 2010, período anterior ao começo do conflito sírio. No ano passado, 1,5 milhão de pessoas visitaram o Líbano. Em 2010, o país havia recebido dois milhões de estrangeiros.
Segundo Abboud, o turismo chegou a corresponder a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Líbano, mas o conflito do outro lado da fronteira fez cair a ocupação dos hotéis, que não passa de 10% nos meses de verão. Em consequência, a economia relacionada ao turismo também deixou de gerar renda.
Mudança de perfil
Segundo Abboud, até o ano passado os principais turistas do Líbano eram moradores dos países do Golfo, como Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, mas o perfil deles mudou neste ano. Aumentou a quantidade de jordanianos, iraquianos, egípcios e até de sírios ricos que deixaram o país vizinho para se hospedar nos hotéis do Líbano. “Cerca de 20% dos negócios agora são com sírios”, afirmou.
O perfil de turistas mudou porque os visitantes procedentes do Golfo deixaram de visitar o Líbano neste ano. “Estamos felizes sem os multimilionários. Temos que mudar nossa mentalidade”, afirmou Abboud, em referência aos visitantes do Golfo. Alguns países da região colocaram restrições à viagens de seus cidadãos ao Líbano após o registro de uma onda de sequestros em 2012. Até então, a indústria turística local tinha como meta atrair e atender os viajantes do Golfo.


