São Paulo – O egípcio Mohammed Youssef Darwich é formado em Engenharia Civil, mas foi fazendo serviços na área de turismo, para pagar a faculdade, que acabou se deparando com o Brasil. Darwich ficou sabendo sobre o crescimento do País e tentou convencer algum empreendedor a bancar um negócio voltado para este mercado. Ninguém comprou a ideia. Mesmo assim, ele desembarcou em São Paulo há cerca de seis anos, com quase nada no bolso, e provou que estava certo sobre o quão propício é o Brasil para o turismo: criou a Egípcia Tours, operadora de viagens que tem três unidades na capital paulista.
A empresa monta pacotes de viagens, principalmente para o Oriente Médio, e os vende para as agências de turismo. A Egípcia Tours oferece opções para praticamente todo o mundo e também para destinos no Brasil, mas o seu foco é 99% internacional e principalmente Oriente Médio. Na região, conta Darwich, os destaques são Egito, Turquia, Jordânia, Israel, Dubai, Marrocos e Tunísia. “O Brasil é um mercado fértil, novo para o mundo, a concorrência aqui ainda não é tão grande, há poucas empresas para tantos turistas”, afirma o egípcio.
Tanto que Darwich tem planos audaciosos para o País. Até 2016 pretende abrir cerca de 20 novas filiais em capitais e grandes cidades brasileiras, como São José do Rio Preto, Santo André, Curitiba, Chapecó, Joinvile, Santos e Foz do Iguaçu, além de outros bairros de São Paulo, como Tatuapé e Santana. As três unidades que ele tem ficam no Brooklin, Morumbi e no Centro. “Quero abrir agências no Brasil inteiro, o País tem 200 milhões de habitantes, começou a ter uma cultura de viagem. Tem que chegar mais perto do cliente”, diz.
O objetivo do engenheiro é trilhar o caminho que ele imaginou ainda lá no Egito, ser dono de uma grande empresa. Foram as condições financeiras que trouxeram Darwich para o Brasil. Para fazer uma faculdade no seu país, ele contou com a ajuda da mãe, mas também foi fazer um e outro serviço em turismo, segurando placas em aeroportos e fazendo traslados de turistas, por exemplo, para poder concluir o curso. Na época, quando começou a falar do Brasil para possíveis investidores, o que ouvia de resposta era que se tratava de um país pobre.
Ao terminar a faculdade, Darwich teve proposta para trabalhar em engenharia com um dos seus professores. Mas o que ganharia era menos do que recebia em gorjetas no turismo. Veio então para o Brasil, com pouco dinheiro no bolso, e alugou uma casa perto da Cracolândia, no Centro de São Paulo. Era o que dava. Criou então um negócio virtual na área de turismo e depois na própria casa que alugou. Assim foi prosperando e fazendo a Egípcia Tours crescer.
A princípio, a ideia era que a empresa fosse voltada só para Oriente Médio, mas o empreendedor logo viu que o melhor era abrir o leque. Pacotes da Egípcia Tours vão levar, por exemplo, 450 pessoas para ver o Corinthians no Mundial de Interclubes, no Japão, em dezembro deste ano. Com a oferta de um maior número de destinos, a operadora não teve problemas com a queda das viagens para o Egito, que ocorreu em função da Primavera Árabe, e nem para a Síria, que acontece atualmente. A busca por turismo no Egito, segundo Darwich, começou a ser retomada neste semestre, mas ainda está em 20% do que foi em 2010.
Darwich, que tem 29 anos, diz que valeu a pena se mudar para o Brasil, ama o país e não pretende voltar mais para morar no Egito. Alguns dos seus irmãos estão morando no País e sua mãe e os irmãos que ficaram devem se mudar no ano que vem. Mas ele fala com carinho sua terra. “Estou bem chateado com a instabilidade do meu país, é muito triste ver tudo isso acontecendo no país que me ensinou quase tudo sobre a vida”, afirma. Para o Oriente Médio, agora ele deve passar a ir como empreendedor. No ano que vem a Egípcia vai participar de várias feiras internacionais, entre elas uma em Dubai.
Contato:
Egípcia Tours
Telefone: +55 (11) 3729-0793
Site: www.egipciatours.com
E-mail: reservas@egipciatours.com