São Paulo – “Vim para dizer uma palavra e devo dizê-la agora. Mas se a morte me impedir, ela será dita pelo amanhã porque o amanhã nunca deixa segredos no livro da eternidade. Vim para viver na glória do amor e na luz da beleza, que são reflexos de Deus”.
Com trechos da sua obra, como esse acima, e uma reflexão quase poética sobre o que ele pensava e como percebia a vida, a filósofa brasileira Lúcia Helena Galvão Maya trouxe para uma plateia de São Paulo nesta sexta-feira (31) pela noite um pouco dos pensamentos do consagrado escritor e pintor libanês Khalil Gibran.
A cerimônia na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, promovida pela Associação Cultural Brasil-Líbano, teve como objetivo lançar duas exposições que ocorrerão na capital paulista em breve para comemorar o 90º aniversário do Museu Gibran, no Líbano.

“Todos sabem que ele foi o grande escritor, poeta, pintor, místico e filósofo, nascido em 1883 (no Líbano) e falecido em 1931 em Nova York, e que teve a oportunidade de ser uma ponte entre dois mundos”, disse também Maya. A filósofa falou sobre a obra mais conhecida de Gibran, O Profeta. “A voz de Al Mustafá, que é o profeta, é a voz da essência humana, de qualquer ser humano”, afirmou Maya.
O cônsul-geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, também falou no encontro sobre Gibran. Leitor do escritor, o cônsul lembrou que Gibran também era um imigrante. “Ele expressou também nas suas obras o sentimento de imigração, o sentimento das saudade da sua origem”, disse o diplomata. “Ele expressou através da escrita os sentimentos e a saudade de cada imigrante quando deixa a terra natal para ir muito longe para procurar o seu futuro”, explicou.

O lançamento das exposições que marcam o aniversário do museu libanês também teve apresentação do Grupo Artístico Musical 1001 Noites. Entre outras músicas, o grupo tocou composições do egípcio Sayed Darwish. Todas as músicas tocadas, com o uso dos instrumentos riqq, qanun e flauta, já foram interpretadas e consagradas pela voz da cantora libanesa Fairuz, segundo informou o grupo.
A vice-presidente de Marketing da Câmara Árabe, Silvia Antibas, também falou no lançamento e deu as boas-vindas a todos na sede da instituição. Silvia destacou o trabalho, segundo ela, “incansável”, de Lody Brais e Nouha Brais Nader por Gibran. Lody é presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano e Nouha curadora das exposições.

Além de Silvia Antibas, participaram do evento pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira o vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da instituição, Mohamad Orra Mourad, e o ex-presidente Rubens Hannun, além dos diretores Alessandra Frisso, Arthur Jafet e Riad Younes.
As exposições que comemoram o aniversário do museu terão 21 ampliações fotográficas da região dos Cedros, onde se encontra Bisharré, cidade natal de Gibran, bem como as principais pinturas do libanês. As mostras ocorrerão na Casa das Rosas de 26 de novembro deste ano a 05 de janeiro de 2026 e no Museu da Imigração do Estado de São Paulo de 05 a 31 de maio de 2026.
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