São Paulo – Moradora de Dubai desde 2007, a advogada brasileira Cecilia Bicca Paetzelt acaba de ingressar no escritório Cramer-Salamian, que tem sede em Genebra, na Suíça, e filial no emirado. Ela faz pareceres sobre a estruturação de companhias e compra de imóveis em Dubai. "Também estou à disposição para orientar empresas estrangeiras interessadas em investir ou abrir empresa no Brasil", afirmou ela, por e-mail.
Cecilia é mais uma profissional brasileira que alcança posição de destaque no emirado, a exemplo do vice-presidente financeiro da Ericsson para o Oriente Médio e Norte da África, Luciano Ferreira, do dono da construtora Engeprot, Omar Hamaoui, do gerente de produção e multimídia da área de shoppings da incorporadora Emaar, Reinaldo Mesquita, entre outros que já deram seus depoimentos à ANBA.
Formada em Direito na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Cecilia decidiu, após 16 anos de carreira na área, se mudar para Dubai para acompanhar o marido, que é empresário nos Emirados Árabes Unidos.
Isso, porém, não significou a interrupção de suas atividades profissionais. Pelo contrário, antes de ingressar no Cramer-Salamian, ela já havia trabalhado como gerente de contratos em uma empresa do ramo imobiliário e no Setor Comercial da embaixada do Brasil em Abu Dhabi, capital do país. “Onde adquiri experiência na área de comércio internacional entre Brasil e Emirados”, disse. “Todas as oportunidades de trabalho nos Emirados surgiram após a minha chegada no país”, acrescentou.
O escritório em que a advogada trabalha funciona em parceria com uma banca local, a Abdulla Al-Ali & Associados. As áreas de atuação são a societária, comercial, imobiliária, direito esportivo e arbitragem. Ela garante que o fato de ser mulher e estrangeira não atrapalha o seu dia a dia.
“Em geral eu não enfrento dificuldades. As mulheres estrangeiras residindo nos Emirados são muito respeitadas e não sofrem discriminação, desde que saibam também respeitar as regras do país que as acolhe. Ser estrangeiro em Dubai não significa pertencer a uma minoria; significa ser mais um indivíduo contribuindo temporariamente para o crescimento econômico local”, declarou.
Cecilia mora com o marido, uma filha e dois enteados e destaca características de Dubai que favorecem a vida familiar, como segurança, limpeza, boas escolas, várias opções de lazer e bons serviços de saúde. “Do ponto de vista financeiro, os aluguéis e escolas constituem os gastos mais pesados”, ressaltou. “Em geral, os custos com alimentação, transporte, celular e internet são razoáveis. O tráfego urbano melhorou muito e praticamente não existem crimes”, acrescentou. Há alguns anos a cidade era conhecida por seus enormes engarrafamentos e pela dificuldade de se conseguir um táxi.
Para quem tem interesse em trabalhar na região, Cecilia faz algumas recomendações: falar inglês fluentemente e ter educação superior. A especialização é importante também. “Nos Emirados, os brasileiros concorrem no mercado de trabalho com europeus, norte-americanos, asiáticos e cidadãos de outros países árabes, que possuem altíssima formação profissional”, destacou. “Ninguém será discriminado por ser brasileiro, porém, não será favorecido”, disse. “Aqui não há lugar para aventureiros”, concluiu.

