São Paulo – Uma empresa brasileira chamada BR África está desenvolvendo projetos de agroindústrias na África e já recebeu consultas para atuar em produção de etanol do Sudão, país árabe que fica no continente africano. A empresa foi formada há dois anos, na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, por egressos da academia, e um dos projetos que está ajudando a colocar em pé é a produção e industrialização de mandioca no Congo.
De acordo com o diretor geral da BR África, Silmo Schuler, a relação com o Congo começou com contatos feitos com o Ministério da Agricultura do país, cujos representantes estiveram no Brasil no começo do ano passado. A BR África fez uma parceria com o governo local para o projeto, no qual ela tem 51% e o Congo 49%. A ideia é usar uma área de 19,5 mil hectares para plantio de mandioca e a fabricação de farinha fermentada, utilizada para mingau pela população local, além de farinha panificável, para fazer pães.
Inicialmente, porém, serão plantados dois mil hectares com mandioca. Em dois ou três anos, deve entrar em operação a indústria, que terá capacidade para moer 100 toneladas de mandioca por dia, o que gerará 33 toneladas de farinha. De acordo com Schuler, o objetivo é, mais adiante, envolver também os produtores locais como fornecedores da indústria e fabricar mais tipos de derivados da mandioca, como o amido.
A BR África foi pensada para atuar em parceria com universidades, governos e outras instituições, fazendo a parte mais comercial dos projetos. No caso do Congo e de Angola, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) também participa das iniciativas. A instituição gaúcha de ensino, que é comunitária, se encarrega de áreas como a qualificação profissional dos envolvidos, acompanhamento e fiscalização dos projetos.
Sobre o projeto de Angola, a BR África ainda não pode divulgar todos os detalhes, já que está em fase de fechamento, mas antecipa que atuará no desenvolvimento de 12 agroindústrias na região de Kwanza Sul. Lá as conversas começaram, inicialmente, por contatos da Unisc com o Ministério da Educação angolano. Já estão disponíveis, segundo Schuler, os terrenos para os projetos e profissionais da Unisc elaborarem o projeto.
Schuler explica que o objetivo da BR África é aproveitar o know-how dos seus sócios para desenvolver projetos em outros países. O continente africano foi escolhido em função das suas necessidades de desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza e a questão da fome. "A agroindústria é a área em que você consegue, com menos recursos, favorecer mais pessoas", explica o ex-acadêmico sobre o foco da BR África.
De acordo com o diretor, há demanda por trabalhos em outros países africanos também, mas a empresa pretende concluir primeiro um dos que começou para depois partir para novos projetos. A idéia, porém, é ampliar a atuação no futuro. Do Sudão, segundo Schuler, ocorreu apenas uma consulta sobre a possibilidade de produzir etanol de batata doce.
Além de Schuler, também são sócios na BR África Vilmar Thomé, da área de Gestão, Vilton Lima e Marne Slongo, de Relações Internacionais, além de Akhilesh Nair, de Engenharia Elétrica. Schuler, cuja formação inicial é Física, atuava no Mestrado e Doutorado de Desenvolvimento Regional da Unisc. A BR África também conta com serviços de outros acadêmicos para trabalhos específicos.
Contato:
BR África Consulting
Site: www.brafrica.com.br
Telefone: +55 (51) 3715 1746

