Por Angela Martins*
Quando visitei Abu Dhabi pela primeira vez, algo que me impressionou foi como o jiu-jitsu brasileiro se tornou tão afetuosamente adotado pelos Emirados Árabes Unidos. No país, a arte marcial é praticada em 15 centros e ensinada em mais de 100 escolas e, por conta disso, Abu Dhabi é hoje considerada a capital mundial do jiu-jitsu. Uma grande parte da obsessão nacional pelo jiu-jitsu se deve às iniciativas para promover o esporte do Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan, que é um ávido praticante.
Mas a ligação do Brasil com o mundo árabe vai muito além dos esportes de combate. É um relacionamento profundo e que cresce cada vez mais através das esferas econômica, social e cultural.
Recentemente vimos a cooperação entre o Brasil e os países árabes chegar a novos e maiores patamares por conta do potencial de comércio e investimento entre as regiões. Isso pode ser verificado especialmente em setores prioritários que proporcionam benefícios mútuos, como alimentos, aviação, energia, defesa e portos.
Em fevereiro de 2022, a Arab News informou que o comércio entre o Brasil e o bloco árabe tinha aumentado 44% em 2021 em relação a 2020. Nesse contexto, acreditamos que a conexão comercial oferece uma imensa oportunidade para um significado novo e mais profundo, e no First Abu Dhabi Bank (FAB), estamos prontos para ajudar a inaugurar uma nova era de cooperação econômica.
O FAB tem um escritório de representação em São Paulo há quase 10 anos. Ao longo desse tempo, ficou claro para nós que a decisão de ter uma presença no Brasil faz toda a diferença para nossos clientes árabes e brasileiros.
Isso ocorre porque podemos aproveitar o conhecimento e a experiência locais de ambos os mercados. Oferecemos aos investidores empresariais árabes uma janela para a economia brasileira e vice-versa, apoiamos os negócios brasileiros ajudando a definir sua abordagem para investir nos países árabes. Fundamentalmente, em um mundo onde informação é poder, podemos oferecer segurança aos nossos clientes devido ao nosso conhecimento. Isso dá aos investidores uma sensação de conforto e permite que eles tomem decisões mais eficazes.
O FAB desempenha os papéis de consultoria estratégica e financiamento. Ao longo dos últimos 10 anos, apoiamos e estabelecemos parcerias com grandes empresas, PMEs e fundos soberanos; ajudamos empresas de Ras Al Khaimah ao Rio de Janeiro, e de Sharjah a São Paulo, e mais importante, apoiamos o sucesso delas.
Ao longo do caminho, construímos parcerias com bancos locais e estrangeiros presentes no Brasil. Também nos tornamos parceiros estratégicos de governos, e nossas atividades complementam os objetivos das agências de promoção comercial do Brasil e dos países árabes. Enxergamos o desenvolvimento do comércio como um empreendimento coletivo envolvendo várias partes adjacentes, bem como alguns de nossos pares.
Ao olharmos para um mundo cheio de novos desafios e oportunidades, Brasil e países árabes compartilham uma visão semelhante para a transformação econômica; nossos países buscam estar na vanguarda das novas mudanças tecnológicas que trarão grandes avanços para seus povos.
Consequentemente, acreditamos que os bancos desempenharão um papel mais significativo, liberando ainda mais o potencial comercial e a integração entre as regiões por meio de suas soluções, como consultoria, comércio e financiamento à exportação, além de produtos direcionados para despesas de capital de giro.
No First Abu Dhabi Bank continuaremos estabelecendo um elo vital para investidores interessados em capitalizar oportunidades no Conselho de Cooperação do Golfo e no Egito, bem como no Brasil. Temos a capacidade de oferecer suporte a clientes corporativos, institucionais e privados nessas regiões. Estamos aqui para garantir que o futuro da cooperação Brasil-árabe seja ‘uma parceria de possibilidades’.
*Angela Martins é chefe do escritório de representação do First Abu Dhabi Bank (FAB) para o Brasil
Traduzido por Elúsio Brasileiro