São Paulo – Quando chegou ao Líbano há dois anos a brasiliense Viviane Carvalho procurou por publicações dirigidas à comunidade brasileira em seu novo país. Ao não encontrar nada do tipo, ela decidiu criar sua própria revista online, a Connection Beirut (www.connectionbeirut.com), e mostrar aos brasileiros o que é que o Líbano tem.
“A ideia é desmistificar o Líbano. Existe uma visão do Líbano como um país em guerra, um país de conflitos. Mas o que eu vejo são festas, história, pessoas interessantes que querem desenvolver o Líbano como lar”, conta Carvalho. A brasileira, que não tem ascendência árabe, foi morar no país do Oriente Médio para acompanhar o marido, funcionário da embaixada do Brasil em Beirute.
A revista entrou no ar em junho de 2015, em edição bilíngue, em português e inglês. A Connection Beirut conta com a colaboração de 14 colunistas, que se revezam para escrever nas edições da publicação, que ocorrem bimestralmente. A cada nova edição são publicados de 15 a 20 novas matérias e artigos. Segundo Carvalho, a maior parte dos acessos do site vêm de São Paulo, seguido de Rússia, Líbano e Estados Unidos
“Quis mostrar o Líbano com os meus olhos”, afirma Carvalho. Para ela, o fato de não ser de família libanesa lhe dá uma independência maior para falar sobre o país. “Tenho tido apoio de pessoas que gostam do Líbano e que querem mostrá-lo de uma maneira diferente”, aponta.
Carvalho não é jornalista e tem formação em Engenharia Civil. Na hora de escolher os temas da revista, ela diz que procura variar os assuntos para que a publicação possa agradar a diferentes públicos. Como assuntos frequentes entram matérias de cultura, história, arte, personalidades, saúde e direito. Os eventos também são tema frequente na Connection Beirut. “Percebo que há um interesse muito grande [dos libaneses] em eventos”, diz.
Entre as entrevistas que fez que considera marcantes estão a com o escritor e político brasileiro Gabriel Chalita e com a jornalista libanesa May Chidiac, que sofreu uma tentativa de assassinato em 2005 por causa de suas posições políticas.
A brasileira faz planos ainda de fazer uma matéria sobre o centro de exposições projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que ficou inacabado na cidade libanesa de Trípoli, e está organizando uma exposição fotográfica com imagens de mulheres do Brasil que moram no Líbano.