São Paulo – A Autoridade Geral de Investimentos da Arábia Saudita (Sagia) e a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) anunciaram nesta quinta-feira (23) que vão promover em conjunto uma reunião de cúpula sobre investimentos estrangeiros diretos (IED) no mês de outubro, em Riad, no país árabe. O fórum vai anteceder um encontro ministerial sobre comércio e investimentos do G20, também na capital saudita.
De acordo com comunicado divulgado pela Sagia, o objetivo do evento é “reenergizar” o cenário mundial de investimentos estrangeiros diretos e, assim, estimular o crescimento mundial. Segundo a Unctad, o fluxo global de IED recuou 1% no ano passado, sobre 2018, para US$ 1,39 trilhão.
Durante a reunião, empresários, representantes de governos e de organizações da sociedade civil vão buscar soluções de longo prazo para os problemas que afetam o fluxo de IED e o crescimento da economia mundial. “Os IED têm potencial para transformar economias ao fortalecer a concorrência e transferir conhecimento”, disse o presidente da Sagia, Ibrahim Al Omar, de acordo com o comunicado.
A Arábia Saudita vai sediar a Cúpula do G20 em novembro deste ano, a reunião dos chefes de estado e de governo das 20 maiores economias do mundo, mais a União Europeia. O anúncio da parceria da Sagia com a Unctad ocorreu em Davos, na Suíça, onde esta semana ocorre o Fórum Econômico Mundial.
O diretor da Divisão de Investimentos e Empreendimentos da Unctad, James Zhan, afirmou que a Arábia Saudita registrou crescimento na atração de IED por dois anos consecutivos, ao passo que o fluxo mundial caiu para o patamar mais baixo da última década. “Isso reflete a grande confiança dos investidores no país e o sucesso das reformas do [programa] Visão 2030”, declarou ele, de acordo com o comunicado, referindo-se ao plano plurianual saudita de abertura e diversificação de sua economia.
Segundo relatório divulgado esta semana pela Unctad, o país árabe recebeu US$ 4,6 bilhões em investimentos estrangeiros diretos no ano passado, um aumento de 9% sobre 2018. O Brasil também contrariou a tendência global e recebeu 26% mais recursos em 2019, num total de US$ 75 bilhões.