São Paulo – Na busca pela diversificação econômica, os países árabes estão passando por mudanças estruturais em diversas áreas. Para Sotirios Ghinis, especialista em Economia da Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, um dos fatores que vem sendo gerado por isso é a crescente urbanização que tem influenciado novos hábitos alimentares.
Ghinis lembrou que apesar de muitas nações árabes terem projetos para implementar ou aumentar sua produção agrícola, dificilmente a região conseguirá suprir sozinha sua demanda. “A urbanização traz consigo reflexos nos hábitos, como o consumo em trânsito, alimentação mais rápida. Eles [também] buscam muito após a pandemia por alimentos nutritivos e saudáveis. A questão da segurança alimentar é muito forte. Eles são importadores de alimentos, pois não há capacidade [local] de produzir alimento para aquelas pessoas”, pontuou o economista.
Ele falou durante o evento Certificação Halal e o Mercado Árabe, na terça-feira (01), organizada pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). O evento aconteceu na capital paulista e contou com transmissão ao vivo no canal da faculdade no YouTube. O selo halal atesta que o produto é próprio para o consumo de muçulmanos.
Para falar sobre essa certificação halal, o consultor especialista do tema, Omar Chahine, deu informações sobre esse mercado, que movimenta a economia global, extrapolando os países de maioria muçulmana e chegando a países europeus e ao próprio consumo brasileiro. “O Brasil tem mão de obra extremamente especializada, o que facilita muito para que seja o maior exportador halal do mundo”, pontuou Chahine.
Projeto Halal do Brasil
A abertura do evento contou com Silvana Gomes, a diretora de Marketing e Conteúdo da Câmara Árabe, e Leonardo Rodrigues, analista de Negócios Internacionais na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), falando sobre o projeto Halal do Brasil.
O projeto será feito em parceria entre as instituições, que vão trabalhar para ampliar a presença de alimentos brasileiros no mercado halal, especialmente os de maior valor agregado. A promoção internacional do setor prevê investimentos de R$ 15,4 milhões nos próximos 30 meses em ações, além de subsídio a empresas interessadas em adotar certificação halal para seus produtos.