Da redação
São Paulo – A Companhia Vale do Rio Doce, empresa brasileira que é a maior produtora e exportadora de minério de ferro do mundo, obteve resultados recordes nas vendas, exportações e lucros no segundo trimestre deste ano. O lucro líquido da companhia no período foi de US$ 504 milhões, superior em 10,5% ao registrado no segundo trimestre de 2003 (US$ 456 milhões) e 24,4% maior do que o obtido nos três primeiros meses deste ano (US$ 405 milhões). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pela empresa.
A receita bruta da empresa, por sua vez, foi de US$ 2,033 bilhões. Houve um aumento de 66,8% em comparação com o segundo trimestre de 2003 e de 17,4% em relação aos três primeiros meses de 2004. Já as exportações renderam US$ 1,524 bilhão, ou 60,9% a mais do que no mesmo período do ano passado. Os principais destinos foram a Europa em primeiro lugar, seguida da China, do Japão e do restante da Ásia.
Os negócios com minerais ferrosos (minério de ferro, pelotas, manganês e ferroligas) responderam pela maior parte da receita, US$ 1,426 bilhão, sendo que US$ 943 milhões vieram das vendas de minério de ferro. O volume exportado no segundo semestre chegou a 55,816 milhões de toneladas de minério de ferro, um crescimento de 34,5% em relação ao mesmo período de 2003 e de 5,4% em comparação com os três primeiros meses deste ano. A produção de minério foi de 51,516 milhões de toneladas, 10,7% a mais do que no primeiro trimestre do ano.
O crescimento do volume das vendas e o aumento dos preços dos produtos comercializados pela empresa foram apontados, por ela própria, como os principais motivos desse desempenho. A companhia informou que há uma "forte demanda global" por minério de ferro.
Mas a Vale não vive só de minerais ferrosos. A companhia explora também caulim, potássio e cobre, atua nos setores de logística e energia elétrica e na produção de alumínio.
Destaques
O início da produção de cobre em junho na mina do Sossego, no estado do Pará, foi apontado, inclusive, como um dos destaques da companhia no período. As exportações do produto já renderam US$ 24 milhões. De acordo como informações da Vale, a mina tem reservas "provadas e prováveis" de 244,7 milhões de toneladas de minério de cobre, com teor estimado de 1% de cobre além de aproximadamente 0,26 grama de ouro por tonelada como subproduto.
Para a exploração do metal, a Vale construiu uma usina que tem capacidade para produzir 467 mil toneladas de concentrado de cobre por ano, o que equivale a 140 mil toneladas de cobre. O investimento nas instalações da mina do Sossego foi de US$ 413 milhões, desde a descoberta da jazida há seis anos.
No tocante aos investimentos em geral, a Vale investiu em suas operações US$ 488,3 milhões no segundo trimestre e US$ 846,3 milhões no acumulado do primeiro semestre.
Outro fato que mereceu destaque no segundo trimestre, de acordo com a companhia, foi a criação de joint-ventures com empresas chinesas para a produção de alumina, carvão metalúrgico e coque. A assinatura dos contratos ocorreu quando da visita presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China em maio.
A Vale já mantém joint-ventures ou participações em empresas em outros lugares do mundo, como no Bahrein, país árabe localizado no Golfo Arábico, onde ela detém 50% do capital de uma fábrica de pelotas de ferro, associada à Gulf Investment Corporation (GIC) do Kuwait.
Também mereceram destaque, na avaliação da empresa, dois novos contratos de longo prazo para a venda de minério de ferro, fechados no segundo trimestre. Um deles, com a paulista Cosipa, prevê o fornecimento de 1,1 milhão de toneladas por ano durante três anos, e outro, com a japonesa Nippon Steel Corporation, que é a maior siderúrgica do Japão, consiste no embarque de 70 milhões de toneladas de minério por 10 anos a partir de 2005.
Além disso, a empresa deu destaque também para a venda de sua participação de 28,02% na Companhia Siderúrgica de Tubarão, um negócio de US$ 578,5 milhões.

