São Paulo – A mineradora brasileira Vale interrompeu temporariamente os testes na sua unidade de Omã, no Oriente Médio, em função da instabilidade política e social que começa a se desencadear no país. A mineradora anunciou, no último mês, o início das operações na planta de pelotização de minério de ferro em Omã e em coletiva de imprensa, na última sexta-feira (15), executivos da empresa afirmaram que a crise na região não deveria interferir nos seus negócios, já que em Omã ainda não havia notícias de protestos.
Informações sobre uma crise social e política omani, no entanto, começou a aparecer nos jornais no último final de semana. "Como medida preventiva, a Vale interrompeu temporariamente os trabalhos de comissionamento (fase de testes) de sua primeira planta de pelotização até que a situação se normalize”, afirmou a Vale, em nota. Os empregados, a maioria nativo, foram orientados a permanecer em casa.
A companhia informa, no entanto, que as instalações, situadas no complexo portuário em Sohar, que agrega também outras indústrias, estão preservadas e sob a proteção de autoridades locais. Sohar é a cidade mais desenvolvida de Omã e o seu porto foi visitado pelo ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, no ano passado. Na unidade de pelotização em Omã, onde a Vale atua desde 2007, a mineradora deve produzir nove milhões de toneladas de pelotas ao ano.
A crise nos demais países árabes, como Líbia e Egito, não chegou a afetar os negócios da empresa. Segundo informações divulgadas à imprensa na última semana, a mineradora tem um cliente grande no Egito e também um na Líbia, mas o volume de vendas para os dois países não chega a 1% do total comercializado pela empresa.
A empresa divulgou recentemente produção, receita e lucros recordes em 2010. A produção de minério de ferro da companhia alcançou 308 milhões de toneladas no ano passado, a receita foi de US$ 45,2 bilhões e o lucro de US$ 17 bilhões. A empresa também anunciou excelentes perspectivas para o desempenho de 2011.

