São Paulo – Vendas e feiras em plataformas digitais vieram para ficar no mercado externo de calçados, foi o que pontuou Haroldo Ferreira (foto acima), presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), nesta quarta-feira (13). Em coletiva de imprensa, a instituição informou à ANBA que, embora não tenha dados específicos para o mercado árabe, na região a tendência virtual deve se consolidar neste ano.
“A região [árabe] muitas vezes é atendida [pelo Brasil] nas feiras da Itália. A Expo Riva Schuh, por exemplo, vai ser em formato online agora em janeiro. Também em formato online, teremos outras feiras, como a Micam Milano. Em junho, está previsto que expositores brasileiros já possam participar [de outros eventos], mas [no caso das participações presenciais] existem dois problemas, a restrição e o receio. Por isso, esse formato digital acreditamos que possa se perpetuar pós-covid”, explicou Ferreira.
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Questionado sobre como seriam as visitas de importadores a feiras no Brasil e no exterior, Ferreira explica que a ideia é aliar as ferramentas digitais às feiras físicas, conforme elas tornem a ocorrer. “Fizemos a parceria com a [plataforma americana] Joor, por seis meses. Estamos testando. Há importadores que só operam nessa plataforma. Mas nós temos as feiras físicas tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, que esperamos que aconteçam. E os compradores que iam àquelas feiras vão continuar indo”, pontuou o presidente da Abicalçados.
Melhora do cenário em 2021
De janeiro a dezembro de 2020 o Brasil exportou 93,8 milhões de pares, uma queda de 18,6% frente a 2019. Já nos 11 primeiros meses do ano, a produção nacional foi de 654,1 milhões de pares, número 23,4% menor do que no mesmo período do ano anterior.
Em um cenário em que a vacinação se torne uma realidade no Brasil e o comércio se mantenha aberto, a Abicalçados projeta que em 2021 a exportação volte a crescer, com expectativa de 14,9% mais vendas frente a 2020. “Deveremos chegar a 107,7 milhões de pares embarcados”, apontou Ferreira. Ele lembrou, no entanto, que o dado ainda representa um retrocesso a níveis de oito anos atrás.
O crescimento também é esperado na produção nacional neste ano. O volume de calçados fabricados deve crescer 14,1% sobre 2020, totalizando 810 milhões de pares de calçados em 2021. O número se equipara ao que era produzido uma década atrás.
Segundo o presidente da Abicalçados, a vacinação é uma demanda do setor. “As indústrias têm interesse em vacinar. No caso da vacina contra a covid isso deve se dar de forma diferente do que na vacina contra a gripe, por exemplo, porque as decisões ainda estão sendo tomadas pelo Ministério da Saúde”, pontuou Ferreira.