São Paulo – A receita da Embraer com vendas no Brasil bateu recorde este ano. A companhia brasileira deve atingir US$ 500 milhões em vendas no mercado interno, o que vai representar uma participação de 10% no faturamento total da empresa, contra 4% no ano passado. A informação foi divulgada hoje (09) pelo diretor-presidente da companhia, Frederico Fleury Curado, em São Paulo.
“O Brasil está na boa contramão do mundo em relação ao crescimento. Conseguiu se levantar bem nessa crise e vai crescer bem no ano que vem. A Embraer acabou vivenciando esse crescimento, embora seja um mercado ainda bem pequeno para nós”, afirmou o executivo à ANBA.
De acordo com ele, entre as vendas realizadas no Brasil estão aeronaves para as companhias nacionais Azul e Trip, mais 10 a 15 jatos executivos Phenom 100, a entrega de dois aviões para a Presidência da República e dois contratos grandes na área de Defesa.
“A expectativa que nós temos para 2010 é de que o mercado brasileiro continue crescendo”, disse Curado. Segundo ele, se o crescimento PIB no próximo ano ficar entre 5% e 6%, como têm sido as previsões, o transporte aéreo deve crescer entre 8% e 10%. “São cifras muito importantes”, acrescentou.
Outra expectativa do diretor-presidente é de que, com o crescimento do mercado brasileiro de aviação, o país pode se tornar um dos mercados mais importantes do mundo no setor.
No balanço da companhia, Curado afirmou que o ano de 2009 foi muito difícil e “desafiador”, principalmente por causa da retração forte no mercado externo. “A Embraer termina com um balanço sólido e um caixa equilibrado, apesar das dificuldades”, afirmou. A empresa iniciou o ano demitindo cerca de 4 mil funcionários.
Segundo ele, 2010 será "tão ou mais difícil" que 2009, mas o executivo garantiu que não haverá redução de custos na companhia e nem redução de investimentos em tecnologia. Os investimentos devem ser mantidos em US$ 350 milhões.
No final de outubro, a Embraer informou que estimava queda de 10% na receita em 2010 frente aos US$ 5,5 bilhões de dólares estimados para este ano. Segundo Curado, a previsão está mantida. Além disso, o executivo informou que cerca de 60% das entregas de aviões comerciais da companhia no próximo ano devem ser financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE).