São Paulo – As exportações do agronegócio brasileiro aos países árabes somaram US$ 610 milhões em maio, um aumento de 7,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As vendas ao Oriente Médio e Norte da África representaram 8,5% do total da receita das vendas externas do setor, de US$ 7,2 bilhões em maio.
De acordo com o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Mapa, Eduardo Sampaio Marques, as exportações do agronegócio aos árabes estão mantendo a tendência de crescimento.
Dos países árabes, o Egito foi o maior destino das vendas brasileiras no mês, com US$ 122,62 milhões exportados; seguido pelos Emirados Árabes, com US$ 102,9 milhões; Arábia Saudita, com US$ 100 milhões; Argélia, com US$ 62,5 milhões; e Marrocos, com US$ 44,5 milhões.
“De maio a julho, a tendência é de que as exportações aumentem para a formação do estoque do Ramadã (período sagrado para os muçulmanos)”, afirmou o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. Neste período, os muçulmanos jejuam de manhã e festejam à noite.
Os produtos dos complexos sucroalcooleiro e de carnes foram os principais exportados. De açúcar, os árabes importaram o equivalente a US$ 263,2 milhões em maio, um aumento de 43% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já em carnes, o Brasil exportou US$ 281,9 milhões, um crescimento de quase 10% na mesma comparação. O Egito foi o maior destino das exportações dos dois produtos, com US$ 56,57 milhões em açúcar e US$ 54,72 milhões em carnes.
Dentro do complexo carne, a carne de frango in natura foi o principal produto exportado no mês para o mercado árabe, com receita de US$ 175,8 milhões, um aumento de 13,5% em relação a maio de 2009. Além de carnes e açúcar, o Brasil também embarcou em maio animais vivos, soja, café, madeira, produtos lácteos, suco de frutas, frutas, fumo, papel, entre outros itens.
Entre os produtos de destaque, segundo Marques, nas exportações ao Egito estão os animais vivos. “O Brasil abriu mercado de gado vivo para o Egito este mês. Isso é muito bom para o Brasil”, disse Marques. As vendas de bois para o país somaram US$ 4,7 milhões. Segundo o diretor, isso mostra a confiança do mercado egípcio na sanidade brasileira. “Além disso, a exportação de gado vivo é mais uma opção para o produtor rural comercializar o gado”, disse.
Dos cinco maiores destinos das exportações, os que registraram maior aumento no mês foram Egito, com crescimento de 80%; Emirados Árabes, com 11,5%; e Argélia, com 8,5%. Já entre os mercados menos tradicionais, a Síria foi o que mais cresceu no mês (198%); seguida pela Somália, com 132,8%; Tunísia, com 107%; Iêmen, com 99,3%; e Mauritânia, com 83,5%.
De acordo com Alaby, o crescimento de 80% nas vendas para o Egito teve como principal motivo a retomada das exportações de açúcar, que o país árabe não importou no mesmo mês do ano passado. “No ano passado, a crise foi muito forte e afetou o preço do açúcar”, disse.
De janeiro a maio, as exportações do agronegócio para os países árabes renderam US$ 2,67 bilhões, um crescimento de 14,8% em comparação ao mesmo período de 2009. Os principais destinos foram Arábia Saudita, com US$ 661,5 milhões exportados; Egito, com US$ 349,2 milhões; Emirados Árabes, com US$ 348,2 milhões; Marrocos, com US$ 210,3 milhões; e Argélia, com US$ 200 milhões.