São Paulo – As exportações de café do Brasil tiveram queda de 25% no volume em agosto. Em relatório, divulgado nesta segunda-feira (13), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que os embarques totais do produto somaram 2,67 milhões de sacas de 60 quilos no mês. Em receita cambial, as remessas recuaram 1,6% no mês passado, saindo de US$ 427,5 milhões para US$ 420,5 milhões.
No acumulado do ano civil, o desempenho é similar, com queda de 1,8% frente ao período igual de 2020, para 26,303 milhões de sacas. Já o valor movimentado com as exportações cresceu em 5,8%, totalizando US$ 3,618 bilhões nos oito primeiros meses de 2021.
Também de janeiro a agosto, os países árabes compraram 1,11 milhão de sacas de 60 quilos em café do Brasil. O número também representa queda, desta vez de 5,8%. Em receita cambial, o comércio do Brasil com o bloco movimentou US$ 122,6 milhões.
Para o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, a queda reflete a continuidade dos gargalos logísticos no transporte marítimo, um problema estrutural que extrapola as fronteiras do Brasil e do produto. “Essa grave crise operacional gerou disparada no valor dos fretes, constantes cancelamentos de bookings, dificuldade para novos agendamentos e disputa por contêineres e lugares nos navios”, disse Rueda, em nota. Os bookings são as reservas de trader por espaço nos navios.
O Cecafé apurou junto aos exportadores que os entraves fizeram o Brasil deixar de exportar cerca de 3,5 milhões de sacas entre maio e agosto de 2021. O presidente do Cecafé acredita que o movimento foi impulsionado pela retomada em países que avançaram na vacinação, como Estados Unidos e Europa. Com isso, as economias demandaram mais produtos e fizeram crescer a demanda de navios, principalmente saindo da Ásia.