Débora Rubin
São Paulo – O time de veteranos de basquete do Esporte Clube Sírio, tradicional clube de São Paulo, está na Tunísia para uma missão incomum. Os jogadores vão disputar na sexta-feira (30) o Troféu Ramon Semin com veteranos de lá. O Troféu é uma iniciativa da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, do Consulado da Tunísia em São Paulo e do Esporte Clube Sírio para homenagear o ex-vice-presidente administrativo da Câmara e ex-presidente do Clube. Semin, que faleceu em 2004, estava à frente do Sírio em 1979, quando o time profissional venceu o Campeonato Mundial de Basquetebol Interclubes. "Ele era um grande amigo nosso e um grande entusiasta do basquete", lembra o atual presidente do clube, Raul Sarhan.
Segundo Rubens Hannun, cônsul honorário da Tunísia em São Paulo, fazer um jogo no país árabe com o time do Sírio era um sonho de Semin. "Infelizmente não deu tempo de ele ver esse desejo realizado", diz Hannun. Semin jogou basquete no Sírio quando adolescente. Mais tarde, chegou a fazer parte do time de veteranos da casa. Segundo Sarhan, do Clube Sírio, a idéia é continuar essa homenagem posteriormente, convidando o time tunisiano, que junta veteranos de várias equipes, para vir jogar em São Paulo.
O Troféu Ramon Semin acontece no dia 30, em Tunis. Amanhã (29), a equipe do Sírio faz um jogo com outra equipe de veteranos, do time Etoile. "É um aquecimento para o dia seguinte", brinca André Gesini, um dos jogadores. Gesini, de 67 anos, jogou também nos times profissionais dos clubes Corinthians e Palmeiras. Começou a treinar quando tinha 13 anos, no Clube de Regatas Tietê. Na equipe que está na Tunísia, o jogador mais velho tem 70 anos e o mais novo, 55. A maioria faz parte da categoria Hiper Máster, na qual jogam pessoas a partir de 60.
Tradição
O Esporte Clube Sírio atingiu sua glória com o basquete em 1979, quando o time profissional venceu o Campeonato Mundial de Basquetebol Interclubes. No time, jogava um dos maiores nomes do basquete brasileiro até hoje, Oscar Schmidt.
Nos anos 80, o clube deixou de ter o time profissional por falta de patrocínio. "Os patrocinadores sempre dão prioridade para o futebol. E depois de 92, quando o vôlei ganhou as Olimpíadas (Barcelona), esse esporte ocupou o espaço do basquete", explica o presidente do Sírio, Raul Sarhan. Segundo ele, para bancar um time profissional é preciso uma verba de R$ 100 mil por mês.
Hoje, há 80 crianças na escolinha de basquete do Clube, voltada para crianças de até 13 anos. "Estamos estudando ampliar para até 15", diz Sarhan. E há os times de veteranos, que se reúnem entre duas e três vezes por semana para o "Racha de Basquete". "Perdemos o patrocínio, mas não perdemos a tradição", resume o presidente. O Clube também tem escolas de futebol, vôlei, tênis, ginástica olímpica e judô.
Contato
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