Da Agência Brasil*
Nações Unidas – Os Estados Unidos vetaram a resolução da ONU que tentaria suspender a decisão de Israel de expulsar o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat.
Onze dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da resolução nessa terça-feira e três se abstiveram -Grã-Bretanha, Bulgária e Alemanha. O veto dos Estados Unidos – um dos cinco membros permanentes do Conselho com esse direito, matou a resolução.
No Oriente Médio, o negociador palestino Saeb Erakat disse: é um dia triste para as Nações Unidas. Eu espero que o veto dos Estados Unidos não seja interpretado por Israel como uma licença para matar Arafat.
A resolução, proposta pela Síria e Sudão, exigia que Israel se retratasse das ameças de "remover" Arafat.
O gabinete de segurança israelense decidiu no início da semana passada remover Arafat , classificando-o de "obstáculo à paz", mas não especificou de que modo.
As críticas internacionais aumentaram no último domingo depois de o vice-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ter admitido que o termo "remover" poderia significar até "matar" o líder palestino. No dia seguinte, o ministro israelense das Relações Exteriores, Silvan Shalom, negou que essa fosse a política oficial de Israel.
A Liga Árabe classificou a decisão de Israel contra Arafat como declaração de guerra.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, culpa Arafat por não interromper os ataques terroristas que nas últimas semanas mataram dezenas de israelenses, enquanto os palestinos assumem que os ataques são uma reação à morte de vários líderes de grupos islâmicos e civis da região.
Arafat continua confinado – pelo governo de Israel – na cidade Ramalah, na Cisjordânia.
John Negroponte, embaixador dos Estados Unidos junto à ONU, reiteirou a falta de equilíbrio da resolução como a principal razão para o veto. "Como nós dissemos ontem, nós não apoiaremos nenhuma resolução que desconsidere a ameaça que representa o Hamas e outros grupos terroristas ao processo de paz no Oriente Médio".
Hoje, o coordenador da ONU para o Médio Oriente, Terje Roed- Larsen, numa entrevista à televisão BBC, considerou que o envio para o exílio do presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Yasser Arafat, poderá desestabilizar o Médio Oriente.
*(com informações da CNN e Lusa)