São Paulo – As viagens corporativas devem ganhar cada vez mais destaque no setor brasileiro. A Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) estima um crescimento entre 15% e 20% no setor este ano em relação a 2010. “Para o setor, a Copa do Mundo e Olimpíadas já começaram, pois os executivos e técnicos envolvidos já se deslocam por conta da organização”, afirmou à ANBA o presidente da entidade, Faustino Albano Pereira.
O faturamento do setor em 2010 deve fechar entre R$ 7,5 e R$ 8 bilhões, segundo previsão da Abracorp. De acordo com Pereira, o setor experimentou em 2010 um desempenho significativo. O número de profissionais que viajaram ao exterior a trabalho cresceu 37% de 2009 para 2010. “A tendência é que o país se destaque ainda mais em 2011”, disse.
No Brasil, os destinos mais procurados para as viagens de negócios são Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Já no exterior, Miami, Nova Iorque e Paris lideram o ranking. “Como destaque, vale registrar o crescimento para os destinos no Oriente Médio e Ásia, impulsionado pelo início das operações de empresas como Turkish Airlines, Qatar Airways e, em breve, a Singapore Airlines”, afirmou o presidente da Abracorp.
Além dos eventos esportivos, Pereira afirma que a expansão da atividade econômica no país tem estimulado mais a viagem para abertura de novos negócios e filiais. Leia a seguir a entrevista completa com o presidente da Abracorp:
ANBA – O setor de viagens corporativas tem crescido a todo vapor. Quais são os motivos para esse aumento e qual é a previsão da Abracorp para 2011? Um crescimento de quanto este ano?
Faustino Pereira – As principais empresas do segmento fizeram seu planejamento estratégico prevendo um crescimento entre 15 e 20% em relação ao ano anterior. Estes números estão coerentes com a previsão de aumento da oferta de assentos das companhias e diárias de hotéis.
Qual é o perfil dessas pessoas que viajam, de quais setores são essas empresas brasileiras que estão cada vez mais viajando?
No nosso segmento, trata-se de viagens de pessoas por motivo de negócio. A expansão da atividade econômica tem estimulado mais a viagem para abertura de novos negócios e filiais. De uma forma geral, as empresas estão implementando a entrada em novos mercados e isto demanda deslocamento de técnicos e gerentes. Setores como petroquímica e farmacêutico continuam com consumo alto de viagens. Notadamente o setor bancário, face a agressividade em abrir novas agências ou terminar a inclusão de aquisições: tarefa que demanda muito treinamento e exige deslocamento de pessoas.
Existem dados de quanto essas pessoas gastam em média nessas viagens corporativas?
Sim. Cada corporação atendida por uma agência Abracorp sabe exatamente quanto e onde foram investidos recursos em viagens, que chegam a representar o terceiro ou até mesmo o segundo principal item no budget de certas empresas, perdendo apenas para folha de pessoal, tecnologia ou matéria-prima. O valor médio de um bilhete de passagem está em torno de R$ 450 para as viagens nacionais e R$ 2.100 para as internacionais. A diária média de hotéis esta em torno de R$ 220 na hospedagem nacional e R$ 412 na internacional. Cada cidade/destino tem uma média de tempo de estadia e gasto médio diário. Na cidade de São Paulo, por exemplo, estudos da SPTURIS revelam que a maioria dos visitantes fica três pernoites (ou quatro dias) na cidade e que o gasto médio foi de R$ 951,30 no período estudado, excluindo gastos com transporte e hospedagem.
Quais são os destinos mais procurados no Brasil e no exterior? Existem dados de viagens realizadas para países árabes?
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília lideram nos destinos nacionais. Miami, Nova Iorque e Paris nos internacionais. Como destaque, vale registrar o crescimento para os destinos no Oriente Médio e Ásia, impulsionado pelo início das operações de empresas como Turkish Airlines, Qatar Airways e, em breve, a Singapore Airlines.
Com relação ao número de passageiros, qual foi o volume em 2010? Teve crescimento? E para este ano, quanto a Abracorp acredita que possa aumentar?
É possível antecipar que o setor experimentou em 2010 um significativo desempenho. O número de profissionais que viajaram ao exterior a trabalho cresceu 37% de 2009 para 2010. E a tendência é que o país se destaque ainda mais em 2011.
Você acredita que a tendência para os próximos anos é aumentar ainda mais as viagens corporativas? Como você vê essa tendência? A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos devem contribuir?
Certamente o crescimento deverá continuar entre 10 e 15% ao ano. Para o setor, a Copa do Mundo e Olimpíadas já começaram, pois os executivos e técnicos envolvidos já se deslocam por conta da organização e negociações que envolvem os eventos e a tendência é de uma curva ascendente com o pico nas datas dos jogos. Esperamos também que seja possível que essa curva de crescimento também se sustente pós-evento.
Quantas agências de viagens corporativas existem no país? Elas também estão aumentando?
Não existe um cadastro nacional capaz de identificar o total de agências de viagens corporativas existentes no Brasil. As mais importantes e influentes são, de fato, as 27 associadas Abracorp que já respondem por aproximadamente 45% de todo movimento do setor. Estamos preparando nossas associadas para atingir 55% do movimento total em três anos. As perspectivas são promissoras para todos.
