Geovana Pagel
São Paulo – O Oriente Médio é o maior mercado para as exportações de utilidades domésticas fabricadas no Brasil pelo grupo francês Saint-Gobain. Os países da região representam mais de 40% das vendas externas de assadeiras, tigelas, copos, xícaras e pratos da Saint-Gobain Vidros, antiga Companhia Vidreira Santa Marina. O grupo também abastece o mercado árabe com vidro plano e colorido, utilizado na construção civil, por meio da empresa Cebrace Cristal Plano.
No ano passado, a companhia vendeu cerca de 3 mil toneladas de vidro para Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Jordânia, Síria e Líbano. "É uma boa performance considerando-se o câmbio atual e a grande oferta de vidro chinês a preços extremamente agressivos", explica Marcello de Andrade, analista de exportação da divisão de vidro plano.
"A demanda do mercado árabe ocorre principalmente em produtos para os quais temos disponibilidade sazonal, a cada 3 ou 4 meses. Mesmo assim, a performance anual tem sido constante e com incrementos a cada ano", ressalta Andrade.
De acordo com Alexandro Santin, analista de exportação da divisão de utilidades domésticas, os produtos de vidro para uso doméstico são produzidos exclusivamente no Brasil e exportados para mais de 70 países. "Exportamos para os países árabes há cerca de 20 anos, os principais importadores são Arábia Saudita e Egito. Porém também temos vendas para Emirados Árabes, Kuwait, Bahrein, Omã, Iêmen, Líbano, Síria e Jordânia", diz Santin.
Segundo ele, a maioria das vendas é feita via distribuidor local. "No passado tínhamos um representante, mas agora trabalhamos somente com distribuidores, agentes e clientes diretos", conta o analista.
O grupo
O grupo Saint-Gobain nasceu na França em 1665, com o objetivo de fabricar os espelhos para o Palácio de Versalhes. Ao longo deste período, a companhia desenvolveu outras atividades espalhando-se por diversos países e transformou-se num grupo multinacional. Diversificado e líder nas suas diversas atividades, transforma materiais como o vidro, o ferro fundido, o plástico e as cerâmicas.
No Brasil o grupo se instalou em 1937, em São Paulo. Hoje está presente em todo o território nacional com 12 empresas operacionais, 44 unidades industriais, 5 sítios de mineração, 21 lojas em 42 cidades e 9 estados, gerando 12 mil empregos.
As empresas do grupo instaladas no país são: Saint-Gobain Vidros (antiga Companhia Vidraria Santa Marina), Saint-Gobain Canalização, Brasilit, Saint-Gobain Abrasivos, Saint-Gobain Cerâmicas e Plásticos, Saint-Gobain Quartzolit e Saint-Gobain Materiais Cerâmicos. Já a Cebrace Cristal Plano, responsável pela divisão de vidro plano, é uma joint-venture entre a Saint-Gobain e o grupo inglês Pilkington, detentor da marca Blindex.
A origem do vidro
Não há um consenso histórico sobre quem descobriu o vidro e em que época isso ocorreu. O que se sabe é que egípcios, sírios, fenícios, babilônios, gregos e romanos, já realizavam trabalhos com ele.
O historiador romano Pliny, em sua obra "História Natural", atribuiu o descobrimento do vidro a mercadores fenícios que desembarcaram nas costas da Síria e, necessitando de fogo, improvisaram fogões, usando blocos de salitre sobre a areia. Passado algum tempo, notaram que do fogo escorria uma substância líquida e brilhante, que se solidificava imediatamente: o vidro. Os fenícios teriam, então, se dedicado à reprodução daquele fenômeno, chegando à obtenção de materiais utilizáveis.
Os povos da Mesopotâmia e os egípcios já conheciam as técnicas rudimentares de sua fabricação, em 2700 a.C.. Em escavações arqueológicas nas proximidades de Bagdá, atual capital do Iraque, foi encontrado um cilindro de vidro azul, datado daquele período. No Egito, o mais remoto exemplo de vidro é um fragmento também azul escuro, uma espécie de amuleto, onde está escrito o nome de Antef II, faraó da 11ª Dinastia.
Foi no Egito, no ano 1500 a.C., que a arte do vidro floresceu. Os artistas a serviço dos faraós da 18ª Dinastia conheciam a fórmula de uma pasta de vidro maleável, com a qual faziam contas de vidro e adornos pessoais.
Os egípcios também parecem ter sido os primeiros a utilizar o vidro na fabricação de embalagens como jarros e tigelas, e de recipientes para cosméticos, bálsamos e frascos para perfumes. Entre estes, o mais comum era o alabastro, primeiro na forma de tubo, depois em moldes curvos, com duas pequenas alças. No alabastro era guardado o col, tintura para escurecer as pálpebras e realçar o brilho dos olhos, utilizado por homens e mulheres da Antigüidade em todo o Oriente.
Contato
www.saint-gobain.com.br

