São Paulo – A economia brasileira tem 20 setores que definiram países árabes como mercados prioritários para as exportações de seus produtos. A informação é de Roberto Jaguaribe, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O executivo concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (06), na capital paulista.
“Os mercados daquela região são muito importantes para vários segmentos. Alguns estão começando a olhar com muito mais atenção [aos países árabes]. É o caso de alimentos processados, móveis, mármores e granitos, cerâmica, que são áreas em que o Brasil é muito competitivo; autopeças, equipamentos da indústria do petróleo, onde o Brasil desenvolveu alguns segmentos que são competitivos; fármacos, cosméticos, a parte de carnes, que já tem uma penetração muito grande, mas que evidentemente podemos ainda ampliar. Tenho vinte setores que estão dando prioridade [àqueles mercados]”, afirmou Jaguaribe.
O presidente da Apex mencionou ainda os ramos de luminárias e iluminação, leite e derivados, e equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares entre os que definiram seu foco nos mercados do Oriente Médio e Norte da África. Do total de 761 ações realizadas pela Apex até outubro deste ano, 34 foram nos países da África e do Oriente Médio.
O agronegócio, destacou o executivo, será um dos maiores focos da promoção comercial brasileira no exterior, com ações que serão realizadas em parceria entre o governo federal e entidades de setores como carne, café e frutas, entre outros.
Investimentos
Jaguaribe apontou também o interesse em atrair investimentos de fundos árabes ao Brasil. “Há uma abundância de recursos no mundo árabe que não tem sido canalizada para a América Latina como um todo. Nós chegamos a criar um grupo chamado Aspa (Cúpula América do Sul–Países Árabes) com vistas a melhorar o relacionamento geral das duas regiões, e são regiões que têm muito a ganhar com a ampliação do investimento e do comércio”, destacou.
Durante a conversa com os jornalistas, Jaguaribe ressaltou a área de infraestrutura como prioritária para a atração de investimentos por parte do governo brasileiro. “A infraestrutura no Brasil tem um déficit muito acentuado, prejudicando a competitividade da economia como um todo, atravancando o progresso em diversos setores”, lembrou. Posteriormente, o executivo ligou os dois temas, mostrando interesse em envolver os árabes no desenvolvimento desta questão no Brasil.
“Não tenho dúvida de que nós vamos operar para melhorar nossa capacidade de atração de investimentos do mundo árabe, inclusive para a área de infraestrutura, através dos fundos que eles próprios já geraram em muitos desses países”, disse.
Na entrevista, Jaguaribe falou sobre a integração da Apex ao Ministério das Relações Exteriores e como isso deve ampliar a área de abrangência da agência, que passa a ter representatividade em todos os países em que o Brasil possui representações diplomáticas.
A agência apoiou 11.466 empresas em 89 setores da economia em 2016. De janeiro a outubro, as exportações das empresas apoiadas pela Apex somaram US$ 35 bilhões.