São Paulo – A zona franca Dubai Multi Commodities Centre (DMCC), de Dubai, quer atrair empresas brasileiras para estruturar operações de beneficiamento de café. A informação foi divulgada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que busca parceiros no Brasil para a instituição especializada na recepção, processamento e exportação de commodities a partir do emirado.
Os parceiros buscados são empresas capazes de fornecer o grão verde ou interessadas em comercializar café beneficiado no Oriente Médio a partir de Dubai. O emirado é um dos maiores centros de redistribuição de mercadorias do mundo, contando com várias zonas francas especializadas em diferentes segmentos econômicos.
Segundo Rafael Solimeo, chefe do escritório da Câmara Árabe em Dubai, o objetivo é aproveitar a presença de exportadores de café brasileiros na feira de alimentos e bebidas Gulfood, que será realizada no emirado de 13 a 17 de fevereiro, para apresentar o projeto e discutir eventuais parcerias.
“A DMCC tem um centro de café que pode ser utilizado para beneficiar o grão verde, e, na Gulfood, vamos propor: por que não trazer o seu café para cá, beneficiá-lo [na DMCC], adicionar o cardamomo [usado na preparação do café árabe tradicional] e vender para a Arábia Saudita, Omã ou para o Bahrein”, avalia.
Em novembro do ano passado, o presidente da DMCC, Ahmed Sultan Bin Sulayem, esteve no Brasil para apresentar o recém-inaugurado centro de cacau da DMCC a indústrias de beneficiamento da amêndoa — a Cacau Show entre elas — e fazendas produtoras do fruto.
Em entrevista ao canal de TV Terraviva, ele explicou que todos os centros de beneficiamento da zona franca contam com serviços de industrialização que podem ser usados pelas empresas interessadas em se instalarem no local. “É um benefício importante para startups e empresas novatas nos Emirados, na medida em que elas não precisam comprar equipamentos, apenas utilizar nossos serviços, economizando tempo e dinheiro”, disse Sulayem.
A zona franca foi inaugurada em 2002 com o objetivo de atrair commodities alimentares de todo mundo e exportá-las de Dubai para outros países, sejam processadas ou in natura. Além dos centros de cacau e café, a organização também conta com um centro de beneficiamento para diversos tipos de chás.