São Paulo – O novo embaixador do Sudão em Brasília, Abd Elghani Awad Elkarim, quer promover em 2010 um seminário para falar das oportunidades de negócios que existem em seu país. O diplomata, que esteve ontem (16) na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, falou que o Brasil tem muito a oferecer ao país árabe.
“O Brasil tem muitas histórias de sucesso em vários setores. O Sudão é um país em desenvolvimento e pode se beneficiar da tecnologia e know-how brasileiro em diversos campos”, afirmou Elkarim. Segundo ele, a melhor forma de aproximação entre os dois países é a criação de parcerias e joint-ventures entre empresas privadas e estatais.
De acordo com o embaixador, ambos os países têm muitas similaridades. O Brasil é o maior país em extensão territorial da América do Sul e o Sudão, o maior da África. “Ambos são caracterizados por grandes diversidades étnicas, raciais, culturais e religiosas”, acrescentou. Elkarim lembrou ainda que os dois países têm um setor agrícola expressivo.
“O Sudão é um país agrícola como o Brasil e acredito que podemos trocar experiências”, disse o embaixador, que lembrou também que a primeira usina de etanol do país foi equipada com maquinários brasileiros. “Este ano já começamos a exportar etanol”, afirmou.
De janeiro a novembro, as exportações brasileiras para o Sudão somaram US$ 82,14 milhões, contra US$ 49,49 milhões no mesmo período do ano passado. “O comércio está crescendo muito entre os dois países e esperamos que cresça ainda mais”, afirmou Elkarim. Os principais produtos embarcados ao país árabe foram açúcar, fumo, máquinas agrícolas e tratores.
Por outro lado, o Sudão exportou ao Brasil US$ 44,9 mil, contra US$ 183 mil de janeiro a novembro de 2008. Plantas para perfumes e de uso medicinal e goma arábica foram os produtos importados pelo Brasil. Segundo o embaixador, o Sudão está aberto para o Brasil e pronto para uma maior aproximação.
O diplomata disse ainda que os Ministérios de Relações Exteriores dos dois países vêm trabalhando para cooperação nas áreas cultural, de energia, agrícola, de investimentos, educação, indústria e esporte. “O Brasil representa para o Sudão esperança e é um exemplo para nós”, disse Elkarim, que elogiou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela atenção e respeito que vem dando ao mundo árabe.
Antes de assumir a embaixada do Brasil, Elkarim trabalhou por sete anos como encarregado de negócios da embaixada do Sudão no Canadá; também foi diplomata nas Nações Unidas, em Genebra, na Síria e no Chade.