São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, nesta segunda-feira, sobre o compromisso brasileiro no apoio ao desenvolvimento do continente africano, principalmente no combate à fome. Lula discursou na abertura do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, encontro entre lideranças brasileiras e mais de 40 ministros africanos, que ocorre em Brasília. "O século 21 tem que ser o do renascimento africano e gostaríamos de compartilhar nossa experiência", destacou Lula.
De acordo com Lula, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) será o principal meio de colocar em prática a cooperação. Ele denominou a empresa como responsável pela "revolução tecnológica" do segmento, lembrou do potencial de produção que a savana africana pode ter e citou como exemplo de uma região desenvolvida na área agrícola, com a ajuda de tecnologia, o cerrado brasileiro.
"Parte da savana tem as mesmas características do cerrado, área que, há 40 anos era considerada improdutiva. Bastou carinho com a terra para ela virar a área de maior produção de grãos do País", disse. O presidente também falou sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Agricultura Familiar, executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com Lula, há planos de adotar, na África, 10 projetos-piloto nos mesmos moldes, com a compra de alimentos pelo governo.
O presidente Lula também afirmou que até o final do ano a Universidade Luso-Afro-Brasileira (Unilab), cuja sede será na cidade de Redenção, no Ceará, começa a ser construída. De acordo com o presidente, a universidade terá capacidade para 10 mil alunos e objetivo de promover o intercâmbio cultural e de estudantes com o continente africano, além de incentivar estudos que tenham como foco desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Segundo Lula, paralelamente, está em fase de conclusão no Ministério da Defesa estudo para a ampliação de voos do Brasil para países africanos. Segundo ele, esse aumento é fundamental para garantir a troca de experiências com a facilidade necessária. "Se não tiver voos para garantir o direito de ir e vir dos empresários, cientistas e empresários a gente não vai conseguir o desenvolvimento que queremos", afirmou.