São Paulo – As redes sociais são os principais canais de acesso de propaganda para os consumidores muçulmanos, com alto potencial de conversão da publicidade recebida em venda efetiva. Além disso, as plataformas de e-commerce voltadas para esse público crescem de forma vertiginosa. Isso tudo acontece entre uma população com perfil extremamente jovem, como é a islâmica.
Esses foram alguns dados apresentados nesta quarta-feira (9) pela professora da International Halal Academy, Alessandra Frisso, em palestra sobre o consumidor muçulmano no Auditório Food Trends da feira de alimentos e bebidas Anuga Select Brazil, que acontece até a quinta-feira (10) na capital paulista. A International Halal Academy tem parceria estratégica com a certificadora de produtos e serviços halal Fambras Halal, que expõe na Anuga.
Frisso, também diretora-executiva do instituto de pesquisas H2R Insights & Trends e da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, apresentou para os presentes um panorama sobre quem é o consumidor muçulmano, trazendo alguns indicativos de quanto esse público é moderno e acompanha as últimas tendências mundiais. “Nenhuma marca que se diz global está fora desse mercado”, disse a professora.
A palestrante apresentou propagandas de marcas como McDonald’s e Coca-Cola direcionadas aos muçulmanos e os nomes de várias plataformas de e-commerce que surgiram ou cresceram com o consumo dos seguidores do Islã, entre elas a noon, Namshi, Souq (da Amazon) e Zabihah, e até mesmo as mais conhecidas no Ocidente, como a própria Shopee, que tem seção halal, e a Halal Booking, que oferece o mesmo serviço que o Booking convencional, mas voltado para os muçulmanos.
Frisso apresentou Youtube, Facebook, Instagram, aplicativos de mensagens, TikTok, X e Pinterest como redes nas quais a propaganda recebida por muçulmanos é fortemente convertida em compras. Em outro exemplo de como esse público caminha lado a lado com a tecnologia, ela citou a boa aceitação pelos muçulmanos de aplicativos para que encontrem restaurantes e outros serviços halal.
“Eles se consideram tech e bem informados, mas a recomendação boca a boca é fundamental para eles e eles só vão recomendar marcas em que tenham confiança e que vão tratar o consumidor da melhor maneira possível”, disse Frisso. A média de idade das populações dos países muçulmanos é 24 anos, abaixo da média etária de outras regiões do mundo, abaixo de outras regiões do mundo.
Para as empresas
A executiva falou ainda de uma séria de outras facetas dos muçulmanos como dicas para as empresas brasileiras presentes na Anuga e que querem conquistar esse consumidor. Ela falou da importância de que os produtos tenham a certificação halal para que sejam aceitos pelos muçulmanos e do Projeto Halal do Brasil, por meio do qual a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Câmara Árabe ajudam empresas brasileiras a se inserirem no mercado mundial de produtos halal.
A Fambras Halal trouxe para a Anuga Select Brazil o Halal Zone, um espaço no qual o público da feira consegue obter informações sobre o mercado halal. O minicurso dado por Frisso foi um dos três sobre o tema do halal na programação da mostra como iniciativa da Fambras Halal e da International Halal Academy. O encontro foi aberto por Delduque Martins, diretor-executivo e secretário-geral da International Halal Academy e diretor de Projetos e Relações Institucionais da Fambras Halal.
“Temos certeza que a disseminação desses conceitos, nos nossos minicursos, vai difundir ainda mais o segmento halal de uma forma muito positiva, qualificando muito mais esses stakeholders que atuam no mercado halal”, disse Delduque para a ANBA, lembrando que a formação continuada é também a proposta da International Halal Academy. “Atinge todos os públicos que estão aqui, desde o produtor, os estudantes, o pessoal de marketing das empresas”, disse o diretor-executivo sobre os minicursos.
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