Geovana Pagel
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São Paulo – A poesia ganhou importância bem cedo na vida da paulista Leila Echaime. Aos oito anos de idade ela já declamava alguns versos em reuniões e festinhas da família. Em função de sua ascendência libanesa, Dona Leila diz que a cultura árabe de alguma forma a influenciou e se manifesta em sua poesia. "A cultura árabe me influenciou sobretudo no começo. Como meu pai chegou ao Brasil menino e minha mãe era brasileira, com o passar do tempo isto foi sendo amenizado. Mas até hoje gosto de ouvir música árabe e da comida, até faço quibes para os amigos de vez em quando", conta a poetisa, que é filha do imigrante libanês Mustafá Echaime e da brasileira Maria Echaime, cujos pais também nasceram no Líbano.
E é justamente do país de onde vieram seus antepassados que Leila guarda duas lembranças inesquecíveis: o pôr-do-sol e as orações muçulmanas. "Lembro daquele sol enorme, digno de O Pequeno Príncipe, mergulhando no Mediterrâneo", diz Leila, referindo-se a mais famosa obra do francês Antoine de Saint-Exupéry.
"Enquanto assistia aquele pôr-do-sol maravilhoso, às 5 horas da tarde no Líbano, ouvia a voz muito bonita de um xeque cantando as orações muçulmanas, voltado para Meca. Foram acontecimentos marcantes, interessantes e pitorescos que jamais saíram da minha memória", afirma a escritora, que morou no país árabe durante seis meses na década de 60. "Aceitei o convite de minhas primas para visitá-las. Fui para passar alguns dias, gostei tanto que fiquei seis meses", lembra.
Antes de iniciar a carreira literária, Dona Leila cursou a Escola de Arte Dramática de São Paulo sob a direção de Alfredo Mesquita. Publicou seu primeiro livro de poesias Flauta Silente, em 1981, pela Massao Ohno Editor. As obras seguintes foram Aveávida, em 1983; Poesia – Poesia, em 1986; Pequenos Cantos do Fraterno, em 1996; Longe de Mim, 1997; Poemas do Encantado, em 1998; Cantares da Prisioneira, 2003, Delírios, 2006, e Almas Minhas Inquietas e Elegíadas, ambas publicadas em 2007 e também pela Massao Ohno Editor, parceira em todas as publicações.
A poetisa é membro do Clube de Poesia de São Paulo, entidade da qual já fez parte da diretoria. Também já integrou a diretoria da União Brasileira de Escritores. Ainda participa ativamente de oficinas literárias e reuniões de poesia falada e escrita e tem seus poemas publicados em jornais, revistas e antologias literárias.
Na década de 90, recebeu a menção honrosa da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, pelo seu livro "Pequenos Cantos do Fraterno". Também ganhou o prêmio "Marly de Oliveira" outorgado pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro por "Delírios", em 2007.
Entre os autores brasileiros preferidos da autora estão João Cabral de Mello Neto, Carlos Drumond de Andrade, Renata Pallottini e Hilda Hilst. Entre os estrangerios, destaque para Fernando Pessoa, Pablo Neruda e Rainer Maria Rilke.
Duas datas para comemorar
Leila Echaime faz aniversário duas vezes por ano. Isso porque nasceu no dia 5 de janeiro de 1935, mas foi registrada no dia 14 de agosto de 1935. "É bom ter dois aniversários por ano. Os parentes e amigos íntimos me cumprimentam no dia 5 de janeiro e comercialmnete sou cumprimentada em 14 de agosto", explica Leila, que atualmente está escrevendo a "Trilogia das Cores", ainda sem previsão de lançamento.
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