São Paulo – As ações para apoiar a retomada de pequenas e microempresas no cenário de crise deste ano são o desafio de câmaras de comércio. Para abordar o tema, o secretário-Geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, moderou uma discussão entre representantes destas entidades, que fechou a programação do primeiro dia do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, nesta segunda-feira (19). Falaram no evento, o secretário-geral da Federação das Câmaras Egípcias, Alaa Ezz, e secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Alemã, Abdul Aziz Al-Makhalafy (foto acima),
Para Alaa Ezz, as parcerias público-privadas vêm dando novo fôlego às pequenas empresas no Egito. “Dessa forma, conseguimos disponibilizar financiamento e garantir o fluxo comercial mesmo com os problemas que tivemos durante a covid-19. Facilitamos os negócios e evitamos problemas muito antes de acontecerem porque trabalhamos com situações parecidas com o que tivemos em 2011 e 2014, então conseguimos prever muito o que aconteceu”, relatou ele.
Para o secretário-geral da Federação das Câmaras Egípcias, a pandemia impulsionou ações voltadas para desburocratização e digitalização. “O confinamento foi uma oportunidade de promover o e-commerce e o governo eletrônico. Tivemos também acesso a financiamento, trabalhando com uma sociedade sem dinheiro, inclusão financeira e outras iniciativas relacionadas a pagamentos online”, explicou.
Alaa Ezz acredita que isso auxiliou o desempenho egípcio, que teve crescimento de 2,4% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no último ano fiscal, além de elevar suas exportações, e manter cooperações como a que tem com o Brasil. O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira reforçou a importância de aproximar empresários do Brasil e do Egito. “Vamos ter muitos trabalhos através desta parceria para empresas brasileiras e egípcias crescerem cada dia mais”, afirmou Mansour.
Já Abdul Aziz Al-Makhalafy, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Alemã, enfatizou a necessidade de revitalização de programas econômicos no atual cenário. “O governo alemão fez um programa econômico muito bom onde investiu 750 bilhões de euros, uma parte para ajudar empresas e garantir financiamento. Em outra medida tomada criou outro programa econômico também para ajudar empresas”, afirmou ele, lembrando que a União Europeia também aprovou programas de apoio à economia local.
Para Al-Makhalafy, as câmaras de comércio podem contribuir com o reaquecimento econômico, compartilhando informações e mantendo-se próximas das empresas. “A Alemanha desempenha papel importantíssimo nisso. Eu e meus colegas nas câmaras conjuntas acompanhamos essas tendências e vemos relações desenvolvidas não apenas na área comercial, mas na área de investimentos. Existem investimentos árabes na Europa e europeus em alguns países árabes”, afirmou, lembrando que espera ver crescer o volume de investimento mútuo europeu-árabes. “Estou otimista que os desafios criaram novas ideias e iniciativas. Acho que encontros como o de hoje são muito valiosos”, disse.
Também esteve presente no evento Jamal Fariz, presidente da Associação Brasil–Jordânia de Negócios.
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