São Paulo – A economia da Palestina deve recuar 7,6% em 2020 em função da crise do coronavírus e o apoio internacional será essencial neste momento. As informações constam em relatório divulgado nesta segunda-feira (01) pelo Banco Mundial. Segundo a instituição, o declínio repentino das atividades econômicas e a pressão sobre as finanças do governo colocam os meios de subsistência do país em alto risco. O déficit de financiamento passará de US$ 800 milhões em 2019 para US$ 1,5 bilhão neste ano.
“Após crescimento de apenas 1% em 2019, a economia deverá ter uma contração de pelo menos 7,6% em 2020”, informa o documento. Se a recuperação econômica for pior, a queda pode ser de 11%. O Banco Mundial acredita que a situação fiscal da Palestina se tornará cada vez mais difícil com o declínio de receitas e maiores gastos públicos com necessidades médicas, sociais e econômicas das pessoas.
O diretor do Banco Mundial para Cisjordânia e Gaza, Kanthan Shankar, afirmou no documento que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) agiu cedo e decisivamente para salvar vidas. “Mas vários anos de declínio no apoio de doadores e os instrumentos econômicos disponíveis limitados mudaram a capacidade do governo de proteger os meios de subsistência em meio a uma tarefa monumental. Portanto, o apoio externo será essencial para ajudar a economia a crescer nesse período sem precedentes “, disse.
O Banco Mundial acredita, porém, que levantamento de restrições para o desenvolvimento de infraestrutura digital e o fomento de melhor regulamentação na área podem ter papel importante no estímulo econômico. “A economia digital pode superar os obstáculos geográficos, promover o crescimento econômico e criar melhores oportunidades de emprego para os palestinos. Com a população local jovem e experiente em tecnologia, o potencial é enorme”, disse Kanthan Shankar.
Para isso, os palestinos devem poder acessar recursos tecnológicos semelhantes aos dos vizinhos e desenvolver rapidamente a infraestrutura digital. O relatório enfatiza que infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento da economia digital. A Palestina costuma ser um dos últimos lugares do Oriente Médio a receber as novas gerações de redes móveis, caso da chegada do 2G e 3G.