São Paulo – Os preços das commodities têm subido fortemente e vêm sendo uma barreira para os importadores da região do Oriente Médio e Norte da África (Mena). É o que diz o Fundo Monetário Internacional (FMI) em texto divulgado nesta terça-feira (24).
Segundo o organismo, a guerra na Ucrânia e as sanções relacionadas a ela também aumentaram as preocupações com a insegurança alimentar. A região tem grandes importações, por exemplo, de trigo da Rússia e da Ucrânia. De acordo com o FMI, a expectativa é de que os preços dos alimentos aumentem mais 14% em 2022, após atingirem altas históricas em 2021.
O efeito dos altos preços das commodities
A inflação mais alta é um dos impactos mais diretos do aumento das cotações das commodities. Os preços dos alimentos representaram cerca de 60% do crescimento da inflação no Oriente Médio e Norte da África no ano passado, excluindo os países do Conselho de Cooperação do Golfo. O FMI projetou que a inflação deve permanecer elevada na região, em 13,9%, em 2022.
A taxa se deve à alta dependência de muitas economias da região da importação de alimentos. E os alimentos respondem por mais de um terço do valor nos gastos de consumo da região. A situação é particularmente preocupante para os países com maior instabilidade política e econômica, uma vez que as reservas estratégicas cobrem menos de 2,5 meses de consumo interno líquido, diz o FMI.
Para a instituição, algumas formas de responder a esse aumento dos preços são mais subsídios e controles de preços, além de tarifas mais baixas sobre alimentos, e programas de transferência de renda direta aos grupos de risco.
Previsão de crescimento
O fundo revisou a previsão de crescimento no Oriente Médio e Norte da África como um todo para 5%, mas frisa que isso reflete melhores perspectivas para os exportadores de petróleo, que viram aumento nos preços do petróleo e do gás. Para os países importadores de petróleo, as projeções foram reduzidas.