São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou à Arábia Saudita que não expanda os gastos do governo, apesar do recente aumento nas cotações internacionais do petróleo. Mesmo com o novo cenário, o país árabe deve seguir implementando seu programa de reformas econômicas, garantindo o cumprimento das metas fiscais de médio prazo.
As informações constam em um relatório que o FMI divulgou nesta terça-feira (22), com base na opinião preliminar da equipe do organismo que visitou a Arábia Saudita entre os dias 2 e 14 de maio deste ano, liderada pelo executivo Tim Called.
Called afirmou que os principais desafios do governo saudita são sustentar a implementação das mudanças estruturais em curso. De acordo com o executivo, o país está fazendo progressos e o governo segue comprometido com as amplas reformas econômicas e sociais, que devem criar um setor privado mais dinâmico e livrar a economia da dependência do petróleo.
“Espera-se crescimento melhor este ano e a médio prazo, na medida em que as reformas se consolidem”, afirmou Tim Called. Para isso, segundo ele, é fundamental que o governo limite o crescimento dos gastos e tome medidas para o aumento das receitas. Recentemente o país passou a cobrar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), o que foi chamado pelo FMI como uma conquista histórica no fortalecimento da cultura e administração tributárias do país.
Called afirmou que as medidas para fortalecer o orçamento e o quadro fiscal, aumentar a transparência e desenvolver análises macro na área de receitas e gastos públicos, estão progredindo bem. Mas ele sugeriu que a cobertura de dados fiscais vá além do governo central para garantir uma avaliação mais completa do impacto do setor público na economia.
O executivo afirmou que os papéis do setor público e privado no desenvolvimento da economia não petrolífera devem ser cuidadosamente considerados. “Embora o setor público possa ser um catalisador para o desenvolvimento de alguns novos setores, é importante que ele não impeça o envolvimento do setor privado, nem permaneça como um ator, em longo prazo, em mercados onde as empresas privadas possam prosperar por conta própria”, disse Called.
De acordo com o relatório, o governo está focado na criação de empregos para cidadãos no setor privado, especialmente para mulheres e jovens. O FMI afirma que a política do governo deve enviar sinais claros das perspectivas limitadas de emprego público, com ações como o reforço da educação para apoiar o aumento da participação feminina no mercado de trabalho.