São Paulo – O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (Ifsul), campus Camaquã, está se planejando para trazer artistas estrangeiros, entre eles um egípcio, ao Brasil. Os artistas vão participar do Projeto Diálogos com a Arte Contemporânea, que apresenta a perspectiva deles sobre o trabalho e as produções aos alunos. Do Egito, o convidado é o escultor Ali Moustafa.
A proposta é que os artistas proponham uma atividade, como oficina, uma conversa sobre o seu trabalho, ou mesma a produção de uma obra. Moustafa já definiu que vai mostrar o seu processo criativo, falar sobre arte contemporânea no Egito, sobre cultura atual do Egito e aspectos da cultura árabe, e fazer uma oficina prática de escultura.
“A ideia é abreviar a distância entre os alunos e a produção artística contemporânea. Não só na área da escultura, mas trazendo artistas de outras áreas como circo e teatro”, conta Catiuscia Dotto, escultora e professora no Ifsul, que esteve no Egito em 2019, para o Fórum Mundial da Juventude.
No evento, Moustafa trabalhou como artista auxiliar, quando Dotto conheceu seu trabalho. “Em Alexandria, pude perceber todo conhecimento que o Ali tem sobre a cultura antiga e atual do Egito. Por isso, quis trazer a fala dele aos meus estudantes”, explicou a professora. O egípcio tem obras expostas em locais públicos do país árabe, como em Sharm El Sheikh (foto acima).
O evento está programado para o mês de julho, mas os organizadores aguardam os desdobramentos da pandemia do novo coronavírus para decidir se precisarão adiá-lo. Até agora, o instituto já conseguiu organizar hospedagem e alimentação para o escultor, mas está em busca de patrocínio para as passagens aéreas do egípcio.
A professora explica que, dado o momento de cortes na educação e na cultura do Brasil, não foi possível retribuir o convite que ela recebeu do governo egípcio da mesma forma. “Eu voltei super animada do Egito, e é impressionante como o desconhecemos, como as pessoas têm o preconceito porque não se aproximam, então não se apropriam daquela cultura. Assim como eu pude levar a arte brasileira lá, quero continuar trabalhando e trazer a arte contemporânea e a atual do Egito para cá. A arte é linguagem universal e temos que reduzir as fronteiras que são impostas”, afirma.
Moustafa desenvolve suas obras com metal e é também professor de artes formado pela Universidade de Alexandria. “Eu trabalhei com materiais como madeira e granito egípcio. Mas eu acho o metal interessante, porque é muito poderoso, você pode fazer o que você quiser [com esse material]. Para mim, a arte contemporânea brasileira é importante para acrescentar mais ao meu trabalho e vejo que a troca de habilidades e cultura é muito, muito importante na educação artística”, explica o artista, que espera levar informação sobre a arte contemporânea egípcia e levar consigo mais conhecimento sobre um pouco da arte brasileira.
A visita do egípcio deve se estender por um mês, com outros dois convites na agenda. O artista também vai participar do 5º Simpósio de Escultores de Santa Maria, evento independente organizado pelo grupo Arte Pública, de artistas locais. E o terceiro convite é para se apresentar aos alunos de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
As empresas que apoiarem o evento terão suas marcas nos materiais de divulgação. Os interessados em oferecer patrocínio podem entrar em contato com Catiuscia Dotto no telefone: (55) 99173-1827 e no e-mail catiuscia.dotto@camaqua.ifsul.edu.br.