Sharm El Sheikh – O programa Escolas +Verdes foi destaque entre os painéis promovidos no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima das Nações Unidas, COP27, nesta terça-feira (08). A iniciativa de educação ambiental lançada em setembro deste ano tem por objetivo promover a sustentabilidade nas escolas brasileiras e é uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Educação.
De Brasília, do espaço montado na Confederação Nacional da Indústria (CNI), falaram no evento híbrido o ministro do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, e o ministro da Educação, Victor Godoy (na foto acima, Leite à esq. e Godoy à dir.). De Sharm El Sheikh, participaram o secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, Marcelo Freire, e o secretário de Relações Internacionais Marcus Paranaguá, ambos do Ministério do Meio Ambiente.
Godoy falou sobre a importância de levar para as escolas a educação ambiental para que as crianças criem a consciência da preservação, da sustentabilidade, e com isso gerem uma mudança de hábitos em suas comunidades. “Conseguimos lançar agora um investimento inicial que vai até R$ 100 milhões com o objetivo de colocar nas escolas os biodigestores para tratar tanto o material orgânico como para ligar os biodigestores nos sanitários para que esses dejetos sejam tratados, gerando o biogás e também o fertilizante líquido, que pode ser utilizado na escola e até distribuído para as famílias”, disse.
Segundo o ministro da Educação, este é um instrumento que vai ser utilizado como ferramenta pedagógica, em aulas de química ou ciências, por exemplo. “O professor pode utilizar o biodigestor para ensinar como está acontecendo aquele processo de transformação da matéria orgânica em biogás e fertilizante”, afirmou.
As escolas precisavam de um olhar do governo federal há anos, disse Godoy, informando que conseguiram dar este primeiro passo. “Temos uma expectativa dando sequência [no projeto] para que nos próximos dois anos não haja nenhuma escola sem esgotamento sanitário no Brasil”, declarou.
Joaquim Leite mostrou um vídeo da aplicação do biodigestor em uma escola em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, financiado pelo ministério do Meio Ambiente. “O programa Escolas +Verdes é a primeira etapa desse projeto. A próxima é falar em reciclagem. O primeiro passo de uma economia circular é começar a separar o lixo nas escolas, porque o que o aluno aprende na escola, ele leva para casa”, disse o ministro do Meio Ambiente, mencionando o programa Recicla+.
Outras iniciativas envolvendo os dois ministérios preveem a construção de usinas fotovoltaicas e de laboratórios de referência nos institutos federais. A ideia é, segundo Godoy, potencializar a formação de professores e técnicos, fomentar o estímulo à pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo em energias renováveis, bem como a gestão da energia, estimulando e difundindo a implementação de iniciativas de eficiência energética, e o engajamento na difusão, promovendo parcerias, e a disseminação de informações sobre essas energias renováveis.
Joaquim Leite, chefe da delegação brasileira, deve chegar em Sharm El Sheikh na próxima semana, a partir do dia 15, para participar pessoalmente das atividades do pavilhão brasileiro e para finalizar as negociações, que vêm sendo conduzidas pelo secretário de Assuntos Multilaterais Políticos, Paulino Franco de Carvalho Neto, e pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Leonardo Cleaver Athayde, ambos do Ministério das Relações Exteriores.
O Pavilhão Brasil na COP27 é uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, a CNI, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o a Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).