São Paulo – A moda sempre fez parte da vida da advogada Silvia Ferreira. Apesar de ter escolhido o Direito como formação na faculdade, foram as roupas que viraram sua fonte de receita com a criação da marca Silvia Arabic Fashion em 2015. A empresa, localizada no Egito, vende roupas árabes para brasileiras.
“Eu sempre gostei de moda, desde que era jovem e bem antes de começarem a falar sobre o tema nas redes sociais. Mas acabei escolhendo fazer Direito por influência de uma amiga formada nesta área. Trabalhei por muitos anos como advogada, mas, quando casei e mudei para o Egito, fiquei com a ideia de que queria trabalhar fazendo outra coisa”, relembra Silvia.
Por causa da proximidade com parentes do marido que trabalhavam com fábricas de roupas, a brasileira resolveu tirar do papel a vontade de trabalhar com moda e criou a própria marca de roupas árabes.

“Desde o começo tive boas vendas e boa aceitação do público. Como percebi que existia uma necessidade no Brasil de roupas legitimamente árabes, desde o princípio sempre quis vender para brasileiras”, explica a paulista, que vive no Egito, mas tem seu negócio focado no mercado brasileiro.
“A comunidade árabe viaja bastante, onde compra suas roupas, mas no Brasil não tinha muitas marcas voltadas para ela. E, até hoje, 10 anos depois, tem dado certo.”
Silvia destaca que o perfil das consumidoras da sua marca. “Mais de 60% das pessoas que compram as peças de moda árabe da minha loja não são árabes nem muçulmanas. Tem uma aceitação muito grande das minhas roupas. Existem muitas pessoas que gostam da cultura árabe e gostam da moda árabe e vestem essas roupas para suas festas, para ir para a igreja.”
Apesar de as roupas vendidas na loja da brasileira servirem mais para o dia a dia, como são peças diferentes, com bordado e brilho, as consumidoras acabam usando as peças em festas.
“Acredito que o meu diferencial entre as outras empresas de moda árabe seja que eu estudo muito sobre moda árabe. Por dia, são horas e horas vendo o que tem de novo e produzindo”, diz Silvia.
“E, no Brasil, acho que me destaco bastante porque vendo algo realmente árabe. Tem muita gente que diz que gosta de moda árabe, mas vai mais para a turca. Mas, por eu estar no Egito, consigo ficar por dentro do que é moderno na moda local.”
No país, as vendas da marca são feitas principalmente para o estado de São Paulo, com um público importante comprando nas regiões Norte e Nordeste.
“Fora do Brasil, vendo bastante para a Argentina, que tem uma comunidade árabe importante. Porém, não tenho interesse em aumentar muito a comercialização nem ir para outros países. O que tenho vendido já me atende bem”, explica a advogada.
Para fazer a ponte entre as compradoras do Brasil, que estão entre a faixa de idade de 30 a 60 anos, Silvia conta com uma colaboradora que cuida de toda a parte de logística e do controle de estoque das peças que estão no país.
“Atualmente fico na parte de atendimento e pedido de roupas e não tenho funcionários fixos. Eu contrato algumas pessoas das fábricas dos familiares do meu marido quando preciso desenvolver as peças. E vendo pela minha página do Instagram; entretanto, em breve terei um site pronto para fazer essa comercialização”, finaliza a brasileira.
Leia também:
A moda praia tipo exportação da LouLou Summer
Reportagem de Rebecca Vettore, em colaboração com a ANBA


