Geovana Pagel
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São Paulo – A carioca Lucilene Lopes Lira, 42 anos, está pronta para mudar de endereço e encarar um dos maiores desafios de sua vida. Em dezembro, a empresária embarca para a Jordânia para administrar a filial da empresa Idala Arab and Brazilian Food, que acaba de criar com um sócio no Rio de Janeiro. "Quero vender café, chocolate e açaí, produtos bem brasileiros, para os países árabes", explica.
A empresa vai importar essas matérias-primas do Brasil e e produzir, a partir delas, na Jordânia, doces para distribuir no mercado local. O café também será embalado no país árabe. "Pretendo usar o nosso chocolate e o nosso açaí como matéria-prima para os doces brasileiros como brigadeiros, bombons e trufas que quero divulgar entre os árabes", afirma. No Brasil ela vai manter a sua empresa para exportar as matérias-primas ao país árabe.
Lucilene tem ainda, um plano especial para o café. "Estou desenvolvendo uma embalagem com a marca da minha empresa. Será algo com fortes referências da origem brasileira do produto", adianta. O parceiro local será importante na estratégia. "É um empresário palestino que mora lá há muitos anos, trabalha com mármores e está interessado em diversificar seus negócios", conta.
Segundo ela, a internet foi e continua sendo sua grande aliada para viabilizar o negócio. "Comecei a pesquisar, fazer contatos no exterior e também com árabes que vivem no Brasil para entender melhor o caminho a ser seguido", explica a empresária. Para facilitar os contatos com os futuros clientes, Lucilene está estudando árabe e também terá um sócio na Jordânia.
Piano e cozinha
Com 16 anos de idade a brasileira descobriu que a habilidade de suas mãos, desenvolvida após anos de estudo de piano clássico, também poderia ser usada na cozinha. "Aprendi a cozinhar assistindo programas de culinária na televisão", conta.
Mas foi só muitos anos depois, com uma receita de esfiha -que é uma das especialidades da culinária árabe, apresentada pelo chef Álvaro Rodrigues, também num programa de TV, que Lucilene garantiu a primeira oportunidade de ganhar dinheiro cozinhando. Depois da família e dos amigos provarem e aprovarem a novidade, ela decidiu oferecer as esfihas para a cantina do colégio Santa Mônica, na capital fluminense.
"Eles adoraram e os pedidos aumentaram a cada semana", lembra. Como o processo é todo artesanal e Lucilene faz questão de preparar ela mesma os salgados, só consegue produzir 100 unidades por dia. Além disso, ela também monta cestas de café da manhã, com doces e salgados árabes e brasileiros, também preparados por ela. "Costumo receber mais pedidos de cestas principalmente em datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais", afirma.
E planos não faltam para a empreendedora brasileira na nova empreitada rumo ao Oriente. Depois de se estabelecer na Jordânia, pretende conquistar novos clientes no Líbano, na Síria e nos Emirados Árabes.
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