São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun (dir. na foto acima), e o diretor-geral da alfândega jordaniana, Abdul Majid Al Rahamnah (esq. na foto), assinaram nesta quinta-feira (20), em Amã, um acordo para implementar a certificação digital nas exportações do Brasil à Jordânia. Este é o primeiro acordo de certificação digital que a Câmara Árabe firma e, segundo Hannun, a tecnologia já existe e deve ser aplicada em até 60 dias. “As vantagens desse sistema são a redução da burocracia e dos custos, inclusive para o consumidor final, beneficiando as empresas e os consumidores”, informou o presidente.
A certificação digital por definição é o fim dos documentos físicos e por isso deve haver facilitação dos processos. Hannun disse que o Egito está para assinar acordo semelhante ainda este ano, mas apenas para a área de proteína animal, e há previsão de assinatura com a Arábia Saudita, Tunísia e Síria em 2019. A Jordânia assinou o acordo para todos os produtos brasileiros.
“É importante dizer que houve um trabalho do embaixador da Jordânia no Brasil, Malek Eid Otalla Twal, que ajudou a facilitar esta negociação”, acrescentou Hannun. O acordo foi autorizado pelo ministério das Finanças e pelo primeiro-ministro jordaniano, Omar Al-Razzaz. A assinatura contou também com a presença do embaixador do Brasil na Jordânia, Francisco Luz, e do assessor para assuntos especiais da presidência da Câmara Árabe, Tamer Mansour.
“O acordo para iniciar os trâmites da certificação digital de documentos para as exportações do Brasil para a Jordânia tem a finalidade de diminuir o tempo e a burocracia do processo, que irá cair de vinte para apenas quatro dias, e terá redução de custo das operações de 20% a 25%”, revelou Mansour.
Segundo o assessor, o acordo vai disponibilizar ainda um banco de dados e estatísticas para que os empresários jordanianos possam consultar relatórios sobre a tramitação dos documentos. “A certificação digital evitará qualquer tipo de falsificação e dará a possibilidade de a alfândega revisar os documentos antes da chegada da mercadoria, o que evitará erros e custos adicionais para os exportadores e os importadores, no que se refere à questão dos contêineres, facilitando sua liberação”, explicou. “O futuro vai ser online, esse é o caminho mesmo”, concluiu Hannun.
As exportações do Brasil à Jordânia somaram US$ 223,6 milhões no ano passado, um aumento de 21,4% sobre 2016. Os principais produtos embarcados foram frango, carne bovina, café, bovinos vivos e milho. Na outra mão, a Jordânia vendeu ao Brasil o equivalente a US$ 7,5 milhões, um crescimento de 24,4% na mesma comparação. Fertilizantes e confecções foram os itens mais comercializados. Os dados são Da Câmara Árabe.
Hannun e Mansour realizam um giro pela região do Levante esta semana. Antes da Jordânia, eles estiveram no Líbano e na Síria.