São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira assinou nesta quarta-feira (21) um memorando de entendimento com a Associação das Câmaras de Comércio e Indústria do Mediterrâneo (Ascame). O acordo foi firmado pelo presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun (foto acima à direita), e o presidente da Ascame, o egípcio Ahmed El Wakil (foto acima à esquerda), no primeiro dia da 12ª Semana Mediterrânea de Líderes Econômicos (MedaWeek), em Barcelona, na Espanha.
A Câmara Árabe participa como convidada do encontro que reúne as câmaras de comércio da região. Além de Hannun, está presente no evento a executiva da negócios internacionais da entidade, Fernanda Baltazar. Por meio do acordo assinado, a Ascame e a Câmara Árabe vão promover troca de informações, organizar ações conjuntas para aproximar os setores comerciais das duas regiões e se apoiar mutuamente. “Abre um novo relacionamento para as nossas empresas associadas”, disse Hannun à ANBA, de Barcelona.
A Ascame engloba câmaras de países árabes como Argélia, Egito, Jordânia, Líbano, Líbia, Marrocos, Tunísia e Síria, além de outras nações como Espanha, França, Itália e Grécia, todas banhadas pelo Mar Mediterrâneo. O presidente da Câmara Árabe acredita que, além de fortalecer o relacionamento da entidade com estes países árabes, a parceria pode ajudar a abrir portas na Europa. Baltazar vê, inclusive, a possibilidade de as empresas brasileiras explorarem o mercado halal da Europa, com seus consumidores muçulmanos, por meio dos árabes do Mediterrâneo.
O presidente da Câmara Árabe fez um discurso na abertura do MedaWeek, que tem como tema “Um mar, três continentes – compartilhando metas comuns”, dividido nas categorias Norte da África, Inovação e Halal. Rubens Hannun falou sobre a convergência de objetivos com a Ascame, já que os assuntos escolhidos pela organização para o encontro também costumam ser tratados pela Câmara Árabe e são de interesse da entidade.
O presidente da Câmara Árabe contou que os países do Mediterrâneo figuram entre os dez maiores investidores do Brasil. “Isso mostra que há um potencial para trabalhar, para fazer um trabalho conjunto”, disse Hannun. Ele também apresentou o tamanho do Brasil na área halal, na qual o País é o principal exportador de proteína. Produtos halal são aqueles produzidos segundo as regras muçulmanas. A executiva Baltazar acredita que esse setor é um dos que pode ser trabalhado e explorado com os países árabes do Mediterrâneo.
Hannun convidou os presentes na MedaWeek para o 2º Fórum Econômico Brasil – Países Árabes, que será realizado em 2020, no Brasil. A primeira edição foi promovida pela Câmara Árabe, na capital paulista, em abril de 2018 e reuniu 800 pessoas, principalmente empresários do Brasil e países árabes, e teve a presença do presidente Michel Temer. O encontro teve discussão sobre vários assuntos, entre eles inovação e halal, também temas do evento em Barcelona. O convite gerou bastante interesse, segundo Hannun.
A MedaWeek começou nesta quarta-feira e segue até a sexta-feira (23), e terá sua programação e discussões acompanhadas pela Câmara Árabe. O site do encontro diz que o Mediterrâneo está passando por grandes mudanças sociais, políticas e econômicas, e que elas representam uma oportunidade para os países reforçarem e melhorarem a cooperação transfronteiriça. O encontro em Barcelona se insere nesta lógica da colaboração.
O encontro reúne empresários e representantes do setor privado, organizações de apoio empresarial, câmaras de comércio, agências governamentais, autoridades políticas e mídia. Ele é organizado pela Ascame, Câmara de Comércio de Barcelona, União para o Mediterrâneo (UFM) e o Consórcio da Zona Franca de Barcelona, com coorganização de outras entidades. De acordo com Hannun, a importância da indústria brasileira e sua integração com o Mediterrâneo foi destacada pelos participantes no dia da abertura.