Riad – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira assinou nesta terça-feira (30), em Riad, acordos de cooperação com três instituições sauditas, durante o Fórum de Negócios Saudita-Brasileiro, último compromisso do presidente Jair Bolsonaro em sua visita à Arábia Saudita.
O convênio firmado pelo presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, e o vice-presidente de Atração de Investimentos da Autoridade Geral de Investimentos da Arábia Saudita (Sagia), Sultan Mofti, tem por objetivo promover investimentos em pequenas e médias empresas e em startups no Brasil e na Arábia Saudita. Será criado um plano de ação para execução em 2020.
Estavam presentes também no seminário os ministros brasileiros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Ciência a Tecnologia, Marcos Pontes, e da Cidadania, Osmar Terra, e o ministro saudita da Indústria e Investimentos, Majid Bin Abdullah Al Qasab, além do presidente da Agência Brasileira de promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Sérgio Segóvia, e empresários dos dois países.
Outro acordo é com a Saudi Industrial Clusters, agência de desenvolvimento industrial do país árabe. Segundo Hannun, a ideia é incentivar investimentos das duas nações nos dez setores industriais definidos como prioritários pela Arábia Saudita em seu plano estratégico Visão 2030.
De acordo com o assessor de Promoção de Investimentos da agência, o brasileiro Adalberto Netto, as dez indústrias prioritárias são a aeroespacial, defesa, automotiva, de material de construção, química, de equipamentos médicos, farmacêutica, siderurgia e metalurgia, energias renováveis e de alimentos.
Ele explicou que a indústria petrolífera, incluindo derivados e petroquímica, responde por 80% da economia saudita, e a missão da entidade é trabalhar pela diversificação. “A opção estratégica para o futuro da Arábia Saudita é a indústria”, disse.
Além de trazer empresas para o país, o interesse é adquirir know-how em setores avançados. No Brasil, por meio da parceria com a Câmara Árabe, a Industrial Clusters vai divulgar seus objetivos e fazer contatos com potenciais interessados. “São mais de 400 opções de investimentos mapeados e identificados”, observou Netto.
Hannun acrescentou que a agência oferece incentivos para empresas estrangeiras. Ele destacou que já nesta quinta-feira (31) terá uma reunião com o presidente da entidade, Nizar Al-Hariri, com quem assinou o convênio, para tratar do plano de ação que será implementado em 2020.
Para o executivo, esse é um exemplo da evolução das relações entre os dois países que marcou a missão organizada pelo governo brasileiro. “Houve a construção de parcerias que desde logo são tiradas do papel”, declarou.
Na Iniciativa de Investimentos do Futuro (IFF), conferência conhecida como “Davos no Deserto”, que ocorre esta semana, em Riad, a Industrial Clusters assinou acordos com outras entidades brasileiras: o Instituto Butantã, para a produção de vacinas na Arábia Saudita, e as empresas Eurofarma, de medicamentos, e Aeris, de pás eólicas, para a realização de estudos de viabilidade sobre investimentos na nação árabe.
ANBA e Arab News
Hannun assinou um ainda um acordo entre a ANBA e o jornal saudita em inglês Arab News (foto do alto) que permite o intercâmbio de conteúdo. Com isso, sobe para 11 o número de convênios do gênero que a Agência de Notícias Brasil-Árabe mantém com veículos de comunicação do mundo árabe e do Brasil.
Hannun assinou o documento com o editor-chefe adjunto do Arab News, Tarek Mishkhas. “Os negócios hoje são muito baseados nas informações e nos faltava um acordo na Arábia Saudita, mas agora temos um forte”, destacou o presidente da Câmara Árabe.
Fundado em 1975, na cidade de Jeddah, o Arab News foi o primeiro e é o maior jornal em inglês da Arábia Saudita. A ANBA é o site de notícias da Câmara Árabe e foi criada em 2003 para promover a comunicação entre brasileiros e árabes. Suas reportagens são publicadas em português, inglês e árabe.
“Este acordo vai trazer um impulso para as informações, que passam a ser mais rápidas, tanto do Brasil para a Arábia Saudita quanto da Arábia Saudita para o Brasil”, ressaltou Hannun.